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França identifica 3º homem-bomba do massacre no Bataclan

O jihadista, Fued Mohamed Aggad, natural de Estrasburgo (leste da França), viajou para a Síria com o irmão e um grupo de amigos

Agência France-Presse
postado em 09/12/2015 08:37
O jihadista, Fued Mohamed Aggad, natural de Estrasburgo (leste da França), viajou para a Síria com o irmão e um grupo de amigos
Um francês de 23 anos, que viajou para a Síria no final de 2013, foi identificado como o terceiro homem-bomba da casa de espetáculos Le Bataclan, onde 90 pessoas morreram nos atentados de 13 de novembro em Paris. De acordo com uma fonte ligada às investigações, o jihadista Fued Mohamed Aggad, natural de Estrasburgo (leste da França), viajou para a Síria com o irmão e um grupo de amigos.

Muitos deles foram detidos em 2014 quando retornaram à França, mas ele permaneceu no país, segundo uma fonte policial. Os outros dois criminosos da casa de espetáculos parisiense já haviam sido identificados: dois jihadistas franceses, originários da periferia de Paris, Omar Ismail Mostefai, 29 anos, e Samy Amimur, 28 anos.

Foi a própria família de Aggad que possibilitou a pista à justiça. Após uma comparação de seu DNA com o de vários integrantes de sua família, ele foi formalmente identificado no fim de semana passado, segundo uma fonte ligada às investigações.



Sete cidadãos de Estrasburgo, com idades entre 23 e 26 anos, foram detidos em maio de 2014 na cidade. A promotoria solicitou em outubro a transferência do caso ao Tribunal Correcional por associação de delinquentes em relação a um ato terrorista.

O grupo viajou em 17 de dezembro de 2013, de avião, de Frankfurt (Alemanha) para Antalya (Turquia) e depois prosseguiu para a Síria, onde dois deles morreram, os irmãos Murad e Yasin Budjelal. Eles foram alistados por Murad Far;s, um homem conhecido como um dos principais recrutadores de jihadistas franceses por meio das redes sociais.

Os jovens, que afirmam ter viajado para a Síria em uma missão humanitária, são suspeitos de aderir ao Estado Islâmico (EI). Durante a investigação, eles explicaram ter sentido horror com o que descobriram na Síria e retornaram de forma gradual a partir de fevereiro de 2014.

O argumento não convenceu os investigadores, pois os suspeitos haviam viajado em pequenos grupos e com toda a discrição possível. Além disso, várias fotos de alguns deles com uniformes e armas nas mãos, assim como textos de ameaças à França, foram encontrados em seus computadoras.

Os atentados de Paris deixaram 130 mortos em uma onda de ataques contra Le Bataclan, bares, restaurantes e os arredores do Stade de France. Os ataques foram reivindicados pelo EI. Aggad é o sexto jihadista morto e participante nos atentados a ser identificado.

Além do trio do Bataclan, Brahim Abdeslam, 31 anos, Abdelhamid Abaaoud, 28, e um terceiro jihadista ainda não identificado, mas que a polícia acredita ser o homem-bomba morto cinco dias depois em uma operação contra um apartamento na periferia de Paris, integravam o "comando dos terraços", que atacou bares e restaurantes do centro de Paris.

Dos três homens-bomba do Stade de France, a única identidade conhecida é a de Bilal Hadfi, de 20 anos. Os outros dois homens tinham passaportes sírios falsos e entraram na França depois de passar pela Grécia, onde entraram desapercebidos em meio ao grande fluxo de imigrantes.

Salah Abdeslam, irmão de Brahim, permanece foragido. Ele transportou os homens-bomba até os arredores do Stade de France e, talvez, também tivesse a missão de detonar explosivos.

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