Paris, França - O México se transformou no primeiro país do mundo a autorizar a vacina contra a dengue desenvolvida pelo laboratório europeu Sanofi Pasteur, que pode ser uma das mais vendidas na divisão de vacinas do laboratório.
"Na história da saúde pública é um momento muito importante" e "no âmbito das vacinas é a inovação da década", avaliou Olivier Charmeil, presidente-executivo da Sanofi Pasteur, em entrevista à AFP.
"Esta vacina tem potencialmente um estatuto de sucesso de vendas", podendo gerar a longo prazo mais de 1 bilhão de dólares anuais, agregou Charmeil.
O lançamento da vacina, chamada Dengvaxia, custou 1,5 bilhões de euros (1,6 bilhões de dólares).
Até agora a dengue era um desafio para a pesquisa farmacêutica, já que é causada por quatro vírus diferentes - uma vacina eficaz precisa criar uma resposta imunitária que protege contra quatro serotipos simultaneamente.
A Sanofi Pasteur pediu autorizações em 20 países da Ásia e América Latina e também fará o mesmo na União Europeia (2016) e Estados Unidos (2017).
Esta vacina, a primeira contra a dengue, uma doença com 400 milhões de novas infecções por ano, incluindo os países desenvolvidos, poderá gerar mais de um bilhão de dólares por ano, segundo o laboratório.
A doença pode provocar febre paralisante assim como dor nos ossos e nas articulações. Em sua forma mais severa, (dengue hemorrágica), mata anualmente 22.000 pessoas, segundo a OMS.
Em 50 anos, a dengue se tornou endêmica em mais de cem países em regiões tropicais e subtropicais, favorecida pelo desenvolvimento urbano, mobilidade da população e o aquecimento global. Cerca de 4 bilhões de pessoas são potencialmente expostas a dengue na América Latina, África e região da Ásia-Pacífico.
Os testes clínicos realizados com mais de 40.000 pessoas em 15 países demonstram que a vacina é eficaz em 66% dos indivíduos a partir dos nove anos de idade. No caso de dengue hemorrágica, a percentagem aumenta para 93%.