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Donald Trump ameaça com candidatura independente à presidência dos EUA

O magnata do setor imobiliário sempre provocou incômodo, mas a tempestade que causou após o atentado de San Bernardino, com sua proposta de proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos, definitivamente mudou o humor dos republicanos

Agência France-Presse
postado em 09/12/2015 19:46
Consciente da revolta que causou com as declarações sobre os muçulmanos, Donald Trump, que nos últimos meses se tornou uma dor de cabeça para o partido republicano, ameaça apresentar uma candidatura independente à Casa Branca.

Em um tuíte, o pré-candidato que lidera as pesquisas entre os republicanos anunciou na terça-feira que 68% de seus simpatizantes votariam nele "como candidato independente".

Na manhã desta quarta, o magnata reafirmou na rede de televisão ABC que se "não for tratado com igualdade" pelo Partido Republicano, certamente se lançará como candidato independente.

Dentro do partido republicano, que teme um terceiro mandato democrata consecutivo na Casa Branca, a preocupação é saber como se posicionar diante de "Donald" a um ano das eleições presidenciais.

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O magnata do setor imobiliário sempre provocou incômodo, mas a tempestade que causou após o atentado de San Bernardino, com sua proposta de proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos, definitivamente mudou o humor dos republicanos.

Caso Trump vença as eleições primárias de seu partido, uma hipótese que já não é tão absurda, será difícil imaginar que um Marco Rubio, senador republicano da Flórida, ou um Jeb Bush, ex-governador do mesmo Estado, apoiem o candidato.

Desde o ex-vice-presidente Dick Cheney até o ex-candidato à presidência Mitt Romney, quase todas as personalidades de peso dentro do denominado "Grand Old Party" enviaram uma mensagem clara aos eleitores republicanos: Trump não é um candidato aceitável.

Trump "uniu os líderes do partido contra ele, e a experiência prova que isto tem um impacto sobre os eleitores", explicou Larry Sabato, professor de ciência política da Universidade de Virgínia.

Apesar de toda a atenção da mídia sobre o magnata, os líderes do partido republicano não estão alarmados porque sabem que os resultados das pesquisas não refletem exatamente a votação nas primárias.

O verdadeiro combate começará em fevereiro de 2016, com a primárias de Iowa e New Hampshire, seguidas por Carolina do Sul. Se Ted Cruz, Marco Rubio ou outro pré-candidato vencerem nas primeiras semanas, os parâmetros poderão mudar rapidamente.

O partido democrata insiste no caráter inaceitável e "antiamericano" das propostas de Trump e o presidente Barack Obama aproveitou uma comemoração pelo fim da escravidão, nesta quarta-feira, para pedir tolerância e respeito.

"Lembrem que a nossa liberdade está ligada à liberdade dos demais, independentemente de como se parecem (...) ou da fé que praticam", assinalou Obama sem citar Trump.

O vice-presidente Joe Biden tratou de dizer em alto e bom som o que muitos democratas pensam: se Trump for o candidato do partido republicano vencer a eleição presidencial será um "passeio" para Hillary Clinton.

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