Havana, Cuba - Dezenas de opositores foram detidos ou impedidos de se mobilizar em Cuba nesta quinta-feira, no Dia Internacional dos Direitos Humanos, segundo denunciaram as organizações a que pertencem, enquanto o governo nega que existam presos políticos na ilha.
Como acontece há anos nesta data, ativistas anti-governamentais pretendiam se manifestar em Havana e outras cidades, mas autoridades evitaram o movimento através de detenções - que devem ser por poucas horas - ou bloqueios às saídas de suas residências.
"Onze ativistas foram detidos hoje em Guantánamo (extremo leste) e outros seis em Havana quando pretendiam chegar" a um ponto de concentração, disse à AFP José Daniel Ferrer, secretário executivo da União Patriótica de Cuba (Unpacu).
Na cidade de Camaguey, outros 23 opositores "não puderam ir às ruas" devido ao bloqueio realizado pelas autoridades. "Eles estão reunidos na casa do ativista Fernando Vázquez", acrescentou.
Pelo menos dez pessoas que tentavam se manifestar na capital foram detidas.
Quando era levada por policiais, uma integrante da organização Damas de Branco sinalizou um "L" com os dedos indicador e polegar, segundo observaram jornalistas da AFP.
Esse movimento denunciou no Twitter oito detenções, incluindo a de sua líder Berta Soler.
A dissidência cubana denunciou a nova perseguição das autoridades nas vésperas do primeiro aniversário da reaproximação entre Cuba e Estados Unidos, que por décadas acusou o governo comunista de cometer violações aos direitos humanos.
Mais cedo, o promotor-geral da ilha, Darío Delgado, negou que existissem presos políticos e disse que muitos prisioneiros acusados de delitos comuns se "auto-intitulam dissidentes", em uma entrevista transmitida pelo jornal oficial Granma.