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Evo Morales adverte para golpe parlamentar no Brasil

O presidente boliviano afirmou ainda que ao lado de seu colega da Venezuela, Nicolás Maduro, são os únicos líderes anti-imperialistas que restam na região

Agência France-Presse
postado em 11/12/2015 12:30

Buenos Aires, Argentina - O presidente da Bolívia, Evo Morales, advertiu que no Brasil há uma tentativa de golpe parlamentar contra a presidente Dilma Rousseff, que enfrenta um pedido de impeachment, em uma entrevista ao jornal argentino Página12.

"É um golpe parlamentar em amadurecimento, já aconteceu um golpe no Congresso do Paraguai e agora está acontecendo no Brasil", disse Morales ao recordar a destituição por julgamento político do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo em 2012, então substituído por seu vice, Federico Franco. Onze meses depois da reeleição, Dilma Rousseff enfrenta a recessão e escândalos de corrupção que provocaram a prisão de políticos, banqueiros e empresários.

Morales compareceu na quinta-feira (10/12) em Buenos Aires à cerimônia de posse do presidente argentino Mauricio Macri, um liberal que substitui Cristina Kirchner, com quem o governo boliviano tinha grande afinidade política. "Na Unsaul temos uma cláusula em temas democráticos, por isto respeitamos o presidente que vence e trabalhamos em conjunto, podem existir divergências ideológicas ou programáticas, mas cada país tem sua particularidade", disse.

O presidente boliviano afirmou ainda que ao lado de seu colega da Venezuela, Nicolás Maduro, são os únicos líderes anti-imperialistas que restam na região. Ao falar sobre as eleições parlamentares na Venezuela, onde a oposição venceu e acabou com 16 anos de hegemonia do chavismo, Morales destacou que "houve 40% de voto duro anti-imperialista na Venezuela, apesar das filas, da falta de alimentos, da inflação".

"Mas não estamos assustados, olhe o exemplo de Cuba que passou décadas sozinha na América Latina. Se ao império não dão resultado estas guerras econômicas, usa a política de ameaças, mas por sorte não há mais golpes de Estado, há uma confrontação ideológica", disse.

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