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Representantes de 195 países adotam acordo contra aquecimento global

O Acordo de Paris, como foi chamado o documento final da 21ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU) , entrará em vigor em 2020

Ministros de 195 países aprovaram na noite de sábado, 12, o "Acordo de Paris", primeiro marco jurídico universal de luta contra o aquecimento global. O documento da 21; Conferência do Clima (COP-21) das Nações Unidas terá caráter "legalmente vinculante", obrigará todas as nações signatárias a organizar estratégias para limitar o aumento médio da temperatura da Terra a 1,5;C até 2100 e preverá US$ 100 bilhões por ano para projetos de adaptação dos efeitos do aquecimento a partir de 2020. Trata-se do mais amplo entendimento na área desde o Protocolo de Kyoto, assinado em 1997.



A decisão é que os ricos deverão contribuir com US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020 para projetos de adaptação e de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas a serem empreendidos pelos países em desenvolvimento. O volume, considerado baixo perante uma necessidade que especialistas calculam ser de trilhões de dólares, deverá ser revisado.

Antes de 2025, diz o texto, "as partes devem estabelecer um novo objetivo coletivo a partir de um piso de US$ 100 bilhões." O valor será aplicado em organismos como o Fundo Verde, o Mecanismo Global de Meio Ambiente, o Fundo dos Países Menos Desenvolvidos e o Fundo Especial para Mudanças Climáticas.

"Este texto contém os principais avanços, que muitos de nós não acreditavam possível. Este acordo é diferenciado, justo, dinâmico e legalmente vinculante", afirmou Laurent Fabius, que se emocionou ao lembrar os delegados governamentais de conferências anteriores, que morreram "sem poder conhecer este dia". "O documento confirma nosso objetivo central, vital, de limitar o aumento a temperatura média da Terra bem abaixo de 2;C, e se esforçar para limitá-lo a 1,5;C."

Além de Fabius, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, discursou e lembrou a responsabilidade histórica dos delegados. "O mundo inteiro está nos observando", advertiu. "O tempo chegou de deixar os interesses nacionais de lado e agir nos interesses globais."

Já o presidente da França, François Hollande, único chefe de Estado presente, exortou os delegados governamentais a estarem à altura de um momento único. "O 12 de dezembro de 2015 poderá ser um dia não só histórico, mas uma grande data para a humanidade", afirmou, pedido as ministros que adotassem "o primeiro acordo universal de nossa história". "É raro em uma vida a ocasião de mudar o mundo. Vocês a tem. Aproveitem."