A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou nesta segunda-feira (14/12) que o governo vai trabalhar para diminuir o fluxo de refugiados. O anúncio foi feito durante o congresso anual do partido de Merkel, o União Democrata Cristã (CDU). A chanceler e a política de abertura aos refugiados defendida por ela vinham sofrendo duras críticas da ala mais conservadora do partido.
[SAIBAMAIS]Com uma abordagem centrada nos níveis alemão, europeu e global, Merkel prometeu uma ;notável redução; no fluxo, num momento em que a estimativa é de que o ano termine com mais de 1 milhão de pedidos de asilo. Até o final de novembro, 964.574 refugiados entraram no país. ;É do interesse da Alemanha, de olho no desafio de garantir acomodação e a integração dos refugiados à sociedade e ao mercado de trabalho. É do interesse da Europa, devido à situação interna e do papel do bloco. E é do interesse dos próprios refugiados, porque ninguém deixa seus lares sem pensar, não importa o motivo;, disse em discurso a líder alemã.
Porém Merkel não falou em impor limites. Ela ressaltou que o país vai continuar a cumprir sua responsabilidade humanitária e que, como maior potência econômica do Continente Europeu, a Alemanha tem o dever ;moral e político; de acolher os mais vulneráveis, sobretudo os refugiados sírios.
A chanceler também defendeu a decisão, tomada em Setembro, de ignorar as regras do Espaço Schengen e abrir as fronteiras para as milhares de pessoas que ficaram retidas na capital húngara depois que o governo fechou a principal estação de trem e cancelou viagens internacionais. Para Merkel, tratou-se de um imperativo humanitário. ;Algo que parecia distante de nós, que nós só víamos pela televisão, estava literalmente batendo à nossa porta;, disse.
Diante dos números recordes e das pressões para conter o fluxo, o governo alemão tem como desafio imediato acelerar os procedimentos burocráticos. No final de novembro, dos 425 mil pedidos de asilo, mais de 355 mil ainda não haviam sido processados. O ministro do Interior, Thomas de Maiziere, disse esperar que o processo se acelere nos próximos meses, depois da criação de 4 mil postos de trabalho na Agência Federal para Migração e Refúgio.