Agência France-Presse
postado em 18/12/2015 08:26
O ano de 2015 deve terminar com um novo recorde de deslocados e refugiados no mundo, superior aos 59,5 milhões de 2014, adverte um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). "O ano de 2015 será sem dúvida o cenário de um aumento sem precedentes em termos de deslocamentos forçados no mundo", afirma o documento do Acnur, que tem como base os dados do primeiro semestre, objetivo do relatório publicado nesta sexta-feira.
De acordo com os especialistas, os números mostram que, "levando em consideração que o número de refugiados, solicitantes de asilo e pessoas deslocadas continuou crescendo em 2015, é provável que a cifra supere com folga a barreira de 60 milhões de pessoas".
Durante o primeiro semestre de 2015, pelo menos cinco milhões de pessoas a mais foram registradas como refugiados. De acordo com o Acnur, 4,2 milhões foram contabilizadas em seus próprios países e 839.000 cruzaram a fronteira.
Nos seis primeiros meses do ano, a Europa enfrentou uma chegada sem precedentes de migrantes através do Mar Mediterrâneo, em grande parte procedentes da Síria e outros países em guerra. Os migrantes que chegaram ao continente depois de junho, no entanto, não são considerados neste relatório do Acnur. O número de refugiados no mundo aumentou 45% desde 2011.
Os países da África subsaariana recebem a maioria dos refugiados (4,1 milhões), seguidos pela Ásia-Pacífico (3,8 milhões), Europa (3,5 milhões), Oriente Médio e Norte da África (3 milhões). No continente americano vivem 753 mil refugiados. Ao mesmo tempo, quase um milhão de pessoas solicitaram asilo em 155 países durante o primeiro semestre de 2015, ou seja, quase o dobro do que foi registrado no mesmo período e 2015 (558.000).
A Alemanha recebeu o maior número de pedidos de asilo entre janeiro e junho (159.000). No conjunto de 2014, o país recebeu 173.100 demandas. A Rússia aparece no segundo lugar, com 100 mil demandantes de asilo, em sua maioria procedentes da Ucrânia, com os Estados Unidos em terceiro lugar, com 78.200 solicitantes de asilo (%2b44%).
O número de deslocados internos chegou em meados de junho a 34 milhões de pessoas, uma progressão de dois milhões. O Iêmen tem o maior número de deslocados internos (933.500), seguido pela Ucrânia (559.000), República Democrática do Congo (558.000), Nigéria (378.500), Iraque (366.500) e Paquistão (309.200). O Acnur também contabilizou 3,9 milhões de apátridas no primeiro semestre de 2015.