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Operação militar contra rebeldes curdos deixa mais de 100 mortos na Turquia

Militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) morreram em uma importante ofensiva militar no sudeste de maioria curda da Turquia, onde o governo defende o combate ao movimento rebelde armado

postado em 20/12/2015 11:30

Mais de 100 supostos militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) morreram em uma importante ofensiva militar no sudeste de maioria curda da Turquia, onde o governo defende o combate ao movimento rebelde armado.

O balanço da operação iniciada há cinco dias chega a 102 mortos. Ao menos dois soldados e cinco civis também morreram nos confrontos, segundo fontes oficiais.

O exército turco iniciou na quarta-feira, em conjunto com as forças especiais da polícia, uma grande operação para expulsar os militantes curdos dos centros urbanos.

Quase 10.000 homens, apoiados por carros de combate, foram mobilizados para a ofensiva que se concentra em duas cidades próximas da fronteira síria e iraquiana, Cizre e Silopi. As duas localidades estão sob toque de recolher.

O balanço anterior, divulgado no sábado pelo exército, citava 70 militantes mortos.

O comandante das Forças Armadas, o general Hulusi Akar, visitou no sábado as tropas na região e foi informado sobre o avanço da operação.

"As operações na região devem prosseguir com determinação até o restabelecimento da ordem pública", afirma o exército em um comunicado.

Aviões de guerra decolaram na sexta-feira da base de Diyarbakir para bombardear dos acampamentos do PKK no norte do Iraque.

O bairro de Sur, no centro histórico de Diyarbakir, também se transformou em um campo de batalha, assim como a localidade vizinha de Nusaybin.

Depois de mais de dois anos de cessar-fogo, no verão passado os combates voltaram a explodir entre as forças de segurança e o PKK. Os insurgentes encerraram as conversações de paz iniciadas no fim de 2012 para acabar com o conflito iniciado em 1984.

Os militantes do PKK, especialmente as jovens milícias do YDG-H (Movimento dos Patriotas Revolucionários, próximo mas autônomo do PKK), aproveitaram os dois anos de trégua para estabelecer sua presença nas cidades "liberadas", cavando trincheiras e levantando barricadas para impedir a entrada das forças de segurança.

A estratégia paralisou estas cidades e forçou a fuga de dezenas de milhares de habitantes.

Os confrontos, que passaram das tradicionais zonas rurais e montanhosas às cidades, tiveram consequências desastrosas para a região e provocaram o deslocamento de 200.000 pessoas. A situação recorda a da vizinha Síria, que enfrenta uma guerra civil, com as mesmas imagens de casas, escolas e hospitais destruídos.

O ministério da Educação retirou os professores da região e o ano escolar foi interrompido de maneira abrupta. Muitos médicos também fugiram da região.

Fortalecido pela vitória de seu partido nas eleições legislativas de 1; de novembro, o presidente conservador-islâmico Recep Tayyip Erdogan reafirmou o desejo de "erradicar" o PKK e acusou o partido pró-curdo HDP (Partido da Democracia dos Povos) de estar aliado ao movimento armado.

O primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu, denunciou neste domingo em Ancara uma "tentativa de desencadear uma guerra civil" e anunciou a continuidade das operações.

"Estamos diante de uma organização bárbara que tenta instrumentalizar os jovens para atentar contra a vida das pessoas instalando estas barricadas", disse.

O chefe de Governo prometeu ajudas financeiras aos moradores obrigados a abandonar a região, assim como às empresas e lojas afetados pelo conflito.

A ofensiva é muito criticada por vários opositores políticos e pela sociedade civil.

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