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Paz na Colômbia não será assinada em março, diz negociador das Farc

Em setembro, Santos e Timoleón Jiménez haviam a assinatura do acordo final de paz no mais tardar para 23 de março de 2016

Agência France-Presse
postado em 21/12/2015 09:19
Bogotá, Colômbia - O acordo de paz entre o governo da Colômbia e as Farc não será assinado em março de 2016, como anunciaram as partes em setembro, afirmou em uma entrevista o negociador da guerrilha Jesús Santrich. "Em honra à verdade, nós devemos ser claros ao afirmar que em 23 de março não vai acontecer uma assinatura do acordo final", afirmou Santrich em uma entrevista ao programa de TV ;Noticias Uno;.

[SAIBAMAIS]Santrich, cujo nome verdadeiro é Seusis Pausivas Hernández, é delegado das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) nos diálogos de paz que o grupo insurgente mantém com o governo de do presidente Juan Manuel Santos em Havana (Cuba), desde novembro de 2012. Em setembro, Santos e Timoleón Jiménez ("Timochenko"), principal comandante da guerrilha colombiana, anunciaram a assinatura do acordo final de paz no mais tardar para 23 de março de 2016.

No mesmo momento, também revelaram que as partes haviam chegado a um acordo sobre o tema justiça, um dos tópicos mais complicados da negociação. Mas alguns dias depois do histórico aperto de mãos entre Santos Timochenko, surgiram as divergências: a delegação das Farc afirmou que o tema já estava concluído, enquanto o governo alegava que era apenas um rascunho ainda em discussão. "Já havíamos assinado. O que estava acordado, estava acordado. Depois surgiu a invenção de que era um acordo em desenvolvimento", disse Santrich.



Na semana passada, a mesa de negociações de paz de Cuba revelou o texto completo do acordo sobre justiça e reparação às vítimas do conflito armado colombiano, que contempla um sistema jurídico especial para punir os responsáveis dos dois lados por crimes contra a humanidade, em um conflito armado de mais de 50 anos.

Outros temas que ainda devem ser definidos nas negociações são a entrega das armas dos rebeldes e o mecanismo para referendar o acordo entre o governo e as Farc.

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