Agência France-Presse
postado em 21/12/2015 12:48
Os presidentes do Mercosul se reúnem nesta segunda-feira (21/12) em Assunção em uma cúpula com mudanças de direção no campo econômico e marcada pela abertura comercial do argentino Mauricio Macri, pela ausência do venezuelano Nicolás Maduro e por um debate sobre os direitos humanos e os desafios econômicos no bloco.
Além de Macri, participam da reunião os presidentes dos demais países do Mercosul: a presidente Dilma Rousseff, o uruguaio Tabaré Vázquez e o anfitrião Horacio Cartes. Também assistem, como membros associados, Michelle Bachelet, do Chile, e Evo Morales, da Bolívia.
A presença de Maduro foi descartada na noite de domingo, alegando compromissos internos que coincidem com seus recentes desencontros verbais com o novo líder argentino. O presidente venezuelano será representado por seu chanceler, Delcy Rodríguez.
Espera-se que Macri, que já havia questionado a saúde da democracia na Venezuela, peça na cúpula a libertação dos políticos presos no país caribenho, cujos estandartes são os opositores Leopoldo López e Antonio Ledezma, após julgamentos questionados por organizações de direitos humanos.
Em sua reunião no domingo para preparar a declaração final, os ministros das Relações Exteriores debateram os direitos humanos no bloco, mas evitaram a qualquer custo abordar o tema da Venezuela com a imprensa.
O chanceler Eladio Loizaga do Paraguai, país que entrega a presidência temporária ao Uruguai após a cúpula, afirmou aos jornalistas que foi discutido o estabelecimento de uma comissão que vigie os direitos humanos, como as que existem na ONU e na OEA: "Também em nível Mercosul queríamos ter um instrumento que possa ir medindo este compromisso".
O ministro acrescentou que se espera que a Venezuela, que se uniu ao bloco em 2012, assine o Protocolo de Assunção sobre direitos humanos, que tem 10 anos. "É importante para o Paraguai que todos os cidadãos que tenham uma dívida com a justiça recebam um tratamento em conformidade com o Estado de Direito, que se respeite o devido processo e que o cidadão tenha direito a uma livre defesa", disse Loizaga.
Mas esclareceu que "não existe nenhum impasse" com o governo venezuelano, que acaba de sofrer um revés após a vitória esmagadora da oposição nas eleições legislativas de 6 de dezembro.