Agência France-Presse
postado em 26/12/2015 11:12
Bagdá, Iraque - As forças iraquianas enfrentavam neste sábado (26/12) os combatentes do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) ao redor da antiga sede do governo provincial no centro da cidade de Ramadi. Após sua ofensiva na terça-feira (22/12), na qual conseguiram entrar no centro de Ramadi, as tropas governamentais seguiam tentando expulsar o EI da cidade, mas seu avanço era retardado pelos artefatos explosivos, pelos franco-atiradores e pelos ataques suicidas dos jihadistas.As forças de Bagdá não conseguem tomar um cruzamento estratégico no bairro de Hoz, próximo à antiga sede governamental, cujo controle é chave para reconquistar a cidade, tomada pelo EI em maio. "Os combates causam estragos entre os membros do Daesh (acrônimo árabe do EI) e as forças iraquianas", afirmou Ahmed al Dulaimi, um capitão da polícia.
Dois membros das forças de segurança iraquianas morreram e nove ficaram feridos nas últimas horas, indicou. Ao menos outros três morreram na sexta-feira, segundo um funcionário de alto escalão e líderes locais.
[SAIBAMAIS]Entre os jihadistas, ao menos 23 morreram na sexta-feira, acrescentaram estas fontes. As tropas iraquianas calculam que restam menos de 400 combatentes do EI em Ramadi, capital da província ocidental de Al Anbar. "A oitava divisão do exército e as forças de elite do serviço antiterrorista (CTS) avançam", afirmou o coronel Steve Warren, porta-voz da coalizão internacional liderada por Washington, que fornece apoio aéreo às tropas iraquianas.
As tropas iraquianas não apenas se viram freadas pelos carros-bomba, mas também pelo fato de alguns civis terem ficado presos em suas casas devido aos combates. A perda de Ramadi em maio foi a pior derrota infligida às tropas de Bagdá pelo EI, desde que o grupo jihadista tomou um terço do território do país, no ano passado.
Um dos elementos chave na vitória da organização em maio foram os dezenas de ataques suicidas com carros, mas, seis meses depois, as forças iraquianas chegaram preparadas. "Tentaram, mas tiveram menos êxito por vários motivos", explicou o coronel Steve Warren, porta-voz da coalizão antijihadista liderada pelos Estados Unidos. "Tanto os iraquianos quanto a coalizão melhoraram muito em identificar antes estas ameaças", afirmou.
A coalizão também entregou 5.000 lança-foguetes antitanques AT4 às forças governamentais e as treinou para utilizar estas armas, acrescentou Warren. Uma vitória em Ramadi atualmente permitiria lavar a imagem do exército iraquiano, que recebeu muitas críticas depois de perder amplas faixas de território para os jihadistas.