Agência France-Presse
postado em 02/01/2016 12:14
Tel Aviv, Israel - A polícia israelense continuava neste sábado sua busca pelo atirador que matou duas pessoas e feriu outras sete na sexta-feira em Tel Aviv por razões ainda desconhecidas."A polícia continua a procurar o suspeito do assassinato de dois israelenses no centro de Tel Aviv", informou o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, à AFP.
"Bloqueios rodoviários foram criados em diferentes locais", acrescentou.
No entanto, as operações parecem ter mudado de local, relatou um jornalista da AFP em Tel Aviv, que constatou que a forte presença policial de sexta-feira havia desaparecido e que os agentes eram numerosos nas ruas, como de costume.
Rosenfeld estimou que havia "uma alta probabilidade de um ataque terrorista", mas, acrescentou, "nós não excluímos uma motivação criminal".
Este ataque ocorre em meio a uma onda de ataques contra israelenses quase diários e que já dura três meses. Durante esta nova espiral de violência, 138 palestinos e 20 israelenses foram mortos.
Sexta-feira à tarde, o atirador entrou em uma loja de alimentos saudáveis %u200B%u200Bantes de tirar uma arma de sua mochila, sair do estabelecimento e abrir fogo à queima-roupa contra os clientes do Simta, o bar vizinho.
O homem continuou seu caminho e voltou a disparar 150 metros mais adiante contra um segundo estabelecimento, antes de fugir a pé.
O gerente do Simta, Alon Bakal, de 26 anos, e Shimon Ruimi, de 30 anos, morreram de seus ferimentos. Sete outras pessoas ficaram feridas, duas gravemente, de acordo com o resgate.
A imprensa israelense afirmou que o autor do tiroteio é um árabe israelense do norte de Israel, reconhecido em imagens de uma câmera de vigilância por seu próprio pai, que chamou as autoridades.
Ainda de acordo com estes meios, o atirador de 29 anos de idade havia sido recentemente preso por agredir um soldado.
A polícia e o serviço secreto israelense não divulgaram detalhes sobre a identidade do suspeito e uma ordem de censura foi emitida para impedir a divulgação de informações adicionais.
A ordem também inclui detalhes sobre as circunstâncias da morte de um motorista de táxi árabe-israelense, encontrado morto no norte de Tel Aviv, pouco depois do tiroteio.
A polícia se recusou a dizer se os dois casos estavam relacionados.
"Eu ouvi tiros, me virei e vi todos correrem para o fundo do café. Ouvi gritos e vi o homem que estava atirando. Ele era moreno, vestia um suéter cinza e fugiu", relatou Alexander Lambez, um turista francês, que se encontrava sentado em um restaurante em frente ao café.
"Pensei imediatamente (nos ataques de novembro) em Paris e no Bataclan", afirmou.
Tel Aviv teve a sua quota de ataques palestinos durante a segunda intifada de 2000 a 2005. Mas a cidade estava relativamente calma desde o início da atual onda de ataques de palestinos, em sua maioria com facas.
Até agora, Israel tem sido poupado de ataques do grupo Estado Islâmico (EI), que, no entanto, proferiu ameaças explícitas nas últimas semanas ao país.
"O EI não esqueceu em momento algum a Palestina", dizia uma gravação de áudio postada online no final de dezembro e atribuída ao líder do grupo jihadista, Abu Bakr al-Baghdadi.
As palavras do porta-voz da polícia indicam, no entanto, que outras hipóteses estão sendo investigadas.