A chanceler alemã Angela Merkel conversou por telefone com a prefeita de Colônia, Henriette Reker, e manifestou "sua indignação diante destes atos de violência insuportáveis e agressões sexuais". Outros políticos tentaram estabelecer um vínculo entre os crimes e o aumento da presença de imigrantes no país.
O caso, que ganhou amplitude à medida em que novas denúncias eram registradas, comoveu todo o país pela "nova dimensão" que implica a participação de "mais de mil pessoas", que agrediram ou protegeram os agressores, declarou à imprensa o ministro da Justiça alemão, Heiko Maas. "Trata-se de uma nova forma de crime organizado (...) Será preciso refletir sobre isso, pensar em meios para enfrentá-lo", afirmou.
Até esta terça-feira (5/1) de manhã a polícia registrou 90 denúncias de assédio sexual, roubos e pelo menos uma de estupro - e seguia aguardando novas denúncias. "Parto do princípio de que ainda mais denúncias serão feitas", declarou o chefe da polícia de Colônia, Wolfgang Albers.
Cerca de 300 pessoas se reuniram nesta terça de maneira simbólica em frente à catedral da cidade para pedir mais respeito às mulheres. Estes ataques foram atribuídos a grupos de 20 a 30 jovens bêbados que se reuniram perto da Catedral e da Estação Central de Colônia. A polícia também disse que recebeu uma dúzia de queixas em Hamburgo (norte).
"A gente estava indo embora quando um grupo de cerca de vinte homens estrangeiros nos abordou. Eles começaram a nos agredir, tocando nossa virilha, o decote (do vestido) e por baixo do casaco", contou uma das vítimas à rede de televisão N-TV, dizendo também que o grupo "só atacava mulheres" e mencionou também roubos.
Segundo Albers, os relatos dos policiais que atuaram na noite de réveillon apontaram que os agressores "em sua grande maioria eram jovens de entre 18 e 25 anos, aparentemente de origem árabe ou norte-africana", algo que foi corroborado pelas descrições feitas pelas vítimas. "Não temos qualquer indício que demonstre que tratam-se de refugiados alojados em Colônia" ou seus arredores, insistiu Reker, considerando essa associação "inadmissível".
A aparência dos agressores "não deve levar a uma suspeita geral sobre os refugiados que, independentemente de sua origem, venham buscar refúgio em nosso país", disse o ministro do Interior, Thomas de Maizi;re. A polícia ainda não prendeu nenhum dos eventuais suspeitos.