Agência France-Presse
postado em 06/01/2016 15:41
A maconha medicinal começa a ser vendido nesta quinta-feira (7/1) no estado de Nova York, o 23; dos Estados Unidos a autorizar o produto.
Embora a Assembleia Estadual de Nova York tenha aprovado o texto legislativo há 18 meses, as cinco empresas escolhidas para cultivar e vender maconha para uso terapêutico foram nomeadas no final de julho.
Dessas, a Bloomfield Industries é a única que decidiu localizar sua fábrica de 23 mil metros quadrados na própria Big Apple, em uma zona industrial no nordeste da cidade. As outras instalaram-se em lugares mais baratos e menos expostos, especialmente no norte do estado.
"Achamos que poderíamos formar a melhor equipe de horticultores, cientistas e farmacêuticos se instalássemos nossa planta em Nova York", comunicou a Bloomfield, que emprega cerca de cem pessoas.
Cultivos legais já existem em Denver (Colorado, centro) e São Francisco (Califórnia, oeste), mas trata-se de uma novidade nos Estados Unidos para uma cidade de mais de um milhão de habitantes.
A cargo integral do paciente
O início da venda será progressivo, uma vez que a inscrição de pacientes só começou em 23 de dezembro. O produto será oferecido em pílulas, óleos ou gotas.
Poderão ter acesso à maconha medicinal pessoas afetadas por doenças graves como câncer, mal de Parkinson, esclerose múltipla ou certas formas de epilepsia.
Segundo Nicholas Vita, diretor-geral da Columbia Care, outra das empresas escolhidas, entre 0,5% e 1,5% da população do estado de Nova York, cerca de 100 mil e 300 mil pessoas, podem ser autorizadas a comprar a subtstância.
O responsável médico pelo Vireo Health para Nova York, outro laboratório autorizado, Stephen Dahner, prefere ser prudente quanto à estimativas. Dahner tem como exemplo Minnesota (centro-norte), onde o consumo foi menor do que o esperado.
Nenhuma das três empresas contatadas pela reportagem informou preços, mas uma fonte próxima ao caso afirmou que custaria ao menos 200 dólares mensais por paciente - quantia que deverá ser paga de maneira integral pelo doente, já que nenhum seguro médico norte-americano cobre esse tipo de tratamento.
A maconha ou seus produtos derivados não estão submetidos ao controle da agência norte-americana de medicamentos e alimentação (FDA) e carece de estudos científicos.
Segundo uma pesquisa realizada em maio do ano passado pelo instituto Harris, cerca de 81% dos estadunidenses se declara favorável à legalização da maconha para fins médicos.