Agência France-Presse
postado em 06/01/2016 17:04
O Conselho de Segurança das Nações Unidas iniciou nesta quarta-feira (6/1) uma reunião de consultas de emergência em Nova York, depois que a Coreia do Norte anunciou um bem-sucedido teste com uma bomba de hidrogênio. A reunião entre os embaixadores dos 15 países-membros do Conselho foi solicitada por Estados Unidos e Japão.
[SAIBAMAIS]O órgão já informou que prepara "medidas adicionais" contra a Coreia do Norte e "condenou energicamente" o teste nuclear, classificando-o como uma "clara ameaça para a paz e a segurança internacional". Várias resoluções da ONU proíbem Pyongyang de lançar qualquer atividade nuclear sob pena de ser alvo de sanções.
O embaixador uruguaio Elbio Rosselli, que preside o Conselho este mês, lembrou que o organismo tinha alertado que tomaria "significativas medidas adicionais" se Pyongyang violasse as resoluções da ONU, realizando testes atômicos. "Em linha com este compromisso e em vista da gravidade desta violação, os membros do Conselho de Segurança começarão a trabalhar imediatamente sobre estas medidas em uma nova resolução do Conselho de Segurança", disse Rosselli.
O diplomata não especificou se a nova medida estenderá as sanções contra a Coreia do Norte, mas outros enviados confirmaram que a adição de novos nomes à lista de sanções está sendo considerada. Cada um dos três testes nucleares anteriores da Coreia do Norte (outubro de 2006, maio de 2009 e fevereiro de 2013) derivou no reforço de sanções internacionais, principalmente no setor financeiro e contra empresas vinculadas à atividade nuclear, ou balística norte-coreana.
É uma "violação flagrante das resoluções do Conselho" e requer uma resposta "enérgica" como o reforço das sanções internacionais, declarou o representante permanente adjunto do Reino Unido, Peter Wilson, no encontro, reconhecendo que "não conhecemos ainda de maneira definitiva a natureza desse teste".
O anúncio do teste nuclear foi recebido com grande ceticismo por especialistas, ao mesmo tempo em que deflagrou condenações imediatas no mundo todo. "Eu o condeno de forma inequívoca e peço à RPDC (Coreia do Norte) que cesse qualquer outra atividade nuclear", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, aos jornalistas antes da reunião do Conselho de Segurança.
"O primeiro teste de bomba de hidrogênio da República foi realizada com sucesso às 10h (23h30 de terça, horário de Brasília)", anunciou a televisão oficial norte-coreana. O país se soma, assim, "aos Estados nucleares avançados", reforçou o apresentador, acrescentando que a bomba testada era uma "miniatura".
Países vizinhos, como Coreia do Sul e Japão, assim como França e Reino Unido condenaram o teste. A Casa Branca prometeu uma reação apropriada às "provocações" norte-coreanas, mas declarou que a evidência "não é consistente" com uma explosão de bomba H. "As análises iniciais não são consistentes com a reivindicação da Coreia do Norte" de que fez um teste bem sucedido com uma bomba de hidrogênio, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnst.
Principal aliada da Coreia do Norte, a China disse "se opor firmemente" ao teste. Nas regiões chinesas mais próximas ao centro de testes nucleares norte-coreano, vários prédios foram evacuados depois que os habitantes "sentiram claramente os abalos", indicou a imprensa oficial.