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Coreia do Sul retoma campanha de propaganda na fronteira com o Norte

Os aparelhos transmitem um programa eclético de música pop, boletins meteorológicos, informações ou críticas ao regime norte-coreano, um método que pode parece antiquado mas tem se mostrado eficaz

Agência France-Presse
postado em 08/01/2016 10:47
Seul, Coreia do Sul - A Coreia do Sul reiniciou nesta sexta-feira (8/1) a difusão de mensagens de propaganda na fronteira com a Coreia do Norte, em reposta ao mais recente teste nuclear de Pyongyang, ao mesmo tempo que Washington exige mais firmeza de Pequim ante seu vizinho e aliado.

[SAIBAMAIS]A comunidade internacional continua buscando a melhor resposta ao desafio de quarta-feira (6/1) da Coreia do Norte, quando o país anunciou ter executado com sucesso o teste de uma bomba de hidrogênio. À espera da decisão das represálias diplomáticas, Seul voltou a ligar nesta sexta-feira os potentes alto-falantes situados na fronteira, uma área com forte presença militar entre os dois países.

Os aparelhos transmitem um programa eclético de música pop, boletins meteorológicos, informações ou críticas ao regime norte-coreano, um método que pode parecer antiquado mas tem se mostrado eficaz. A tática de guerra psicológica remonta aos anos de conflito aberto entre os dois lados (1950-53), quando unidades móveis equipadas com alto-falantes transitavam ao longo de uma linha de frente extremamente instável

No ano passado, durante um momento de grande tensão entre as Coreias, as mensagens de propaganda enfureceram Pyongyang, que chegou a ameaçar o uso de artilharia contra os alto-falantes. Após alguns dias, Seul desconectou os aparelhos, após um acordo anunciado no fim de agosto que permitiu conter uma escalada perigosa, que ameaçava provocar um conflito armado.

A influência chinesa

O anúncio de um novo teste nuclear provocou uma série de condenações internacionais, mas quase todos os especialistas duvidam do uso de uma bomba de hidrogênio, como Pyongyang pretende que o mundo acredite. Várias consultas diplomáticas foram realizadas após uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que prometeu intensificar o arsenal de sanções que já são aplicadas contra a Coreia do Norte por seus testes nucleares precedentes (2006, 2009 e 2013).

As atenções estão voltadas especialmente para a China, principal aliado de Pyongyang, que condenou o teste nuclear mas não demonstrou disposição até o momento de aprovar sanções mais duras contra a Coreia do Norte. Para analistas, no entanto, a capacidade de ação de Pequim é limitada pelo medo de um eventual colapso do regime norte-coreano, o que daria lugar a uma Coreia reunificada apoiada pelos Estados Unidos.

Na quinta-feira (7/1), o secretário de Estado americano, John Kerry, exigiu que a China adotasse uma linha mais dura com relação a Pyongyang, destacando que a abordagem ;prudente; de Pequim até agora não deu frutos. A China, que tem direito de veto no Conselho de Segurança da ONU, pressiona para limitar a magnitude das sanções, mas sua impaciência aumenta com a repetida recusa da Coreia do Norte de abandonar o programa nuclear.


O presidente americano, Barack Obama, conversou na quinta-feira com os governantes de seus dois principais aliados na região, Coreia do Sul e Japão. Os três países concordaram em trabalhar de forma conjunta na ONU para obter uma resolução firme contra Pyongyang por parte do Conselho de Segurança. Tóquio não descartou medidas unilaterais.

A Coreia do Norte permaneceu praticamente em silêncio depois do anúncio de que entrou para a lista de "Estados nucleares avançados".

A aquisição de uma bomba H operacional, muito mais potente que a bomba atômica comum, seria um grande avanço para o país, mas os especialistas do setor expressaram ceticismo, pois consideram que os dados sismológicos sugeriam uma explosão consideravelmente menos intensa do que seria esperado de um teste com bomba de hidrogênio.

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