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Mais de 20 pessoas morrem de fome em cidade sitiada na Síria

A cidade foi descrita como uma prisão a céu aberto. "Não há nenhuma maneira de entrar ou sair, simplesmente morrer"

Agência Estado
postado em 08/01/2016 17:28

Genebra, Suíça - Vinte e três pessoas morreram de fome na cidade síria de Madaya, sitiada pelas tropas de Bashar al-Assad desde 1; de dezembro, anunciou a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), enquanto a ONU se prepara para entregar ajuda humanitária.

A cidade não poderá receber ajuda até o domingo porque é "uma enorme e complicada operação", informou um porta-voz da Cruz Vermelha.

As Nações Unidas alertaram que 40 mil pessoas - metade delas crianças - precisam de assistência imediata.

Damasco deu permissão na quinta-feira às agências da ONU para enviar ajuda para a cidade, depois de notícias sobre mortes de civis por inanição.

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A MSF registrou 23 mortes por falta de alimentos, dos quais seis tinham menos de um ano e cinco mais de 60.

A ONG informou que as mortes ocorreram no centro de saúde local que colabora com esta organização.

Outras 13 pessoas que tentaram fugir em busca de alimento morreram depois de pisarem em minas que rodeiam a cidade ou disparos por franco-atiradores, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

"Este é um exemplo claro das consequências da utilização do cerco como uma estratégia militar", afirmou Brice de le Vingne, diretor de operações da MSF em um comunicado.

Ele acrescentou que os médicos foram obrigados a alimentar as crianças com soros médicos por ser a única fonte disponível de açúcar e energia.

A cidade foi descrita como uma prisão a céu aberto. "Não há nenhuma maneira de entrar ou sair, simplesmente morrer".

A MSF saudou a decisão de permitir a entrada de suprimentos de alimentos, mas lembrou que "a entrada imediata de medicamentos essenciais também deve ser uma prioridade".

Em Genebra, as agências da ONU anunciaram que nos próximos dias um comboio humanitário chegará a Madaya.

"A situação é terrível", declarou o porta-voz do escritório de direitos Humanos Rupert Colville.

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