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Agressões em Colônia têm 32 suspeitos, inclusive 22 solicitantes de asilo

O debate nacional se concentra agora na presença de refugiados nos atos de 31 de dezembro, depois que a Alemanha acolheu em 2015 um número recorde de 1,1 milhão de solicitantes de asilo.

Agência France-Presse
postado em 08/01/2016 19:07

Berlim, Alemanha - A polícia investiga 32 "suspeitos", inclusive 22 solicitantes de asilo, pelas agressões e os roubos cometidos contra mulheres na noite de Ano Novo na cidade alemã de Colônia, anunciou nesta sexta-feira o governo alemão, que estuda endurecer o regime de expulsões.

Wolfgang Albers, o chefe da polícia desta cidade do centro da Alemanha, foi suspenso temporariamente nesta sexta após receber duras críticas pela atuação de seus agentes.

No âmbito europeu, o premiê eslovaco, Robert Fico, pediu na sexta a celebração de uma cúpula extraordinária da UE para analisar estas agressões.

"Será necessário convocar uma cúpula extraordinária (...), levando em conta os acontecimentos ocorridos", disse Fico em coletiva de imprensa.

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Dos 32 suspeitos, cujos nomes são desconhecidos, 22 têm o status de solicitantes de asilo, anunciou o ministério federal do Interior, ressaltando que a eles eram atribuídos sobretudo crimes de roubo e agressões físicas.

Entre os 32 suspeitos identificados, há nove argelinos, oito marroquinos, quatro sírios, cinco iranianos, um iraquiano, um sérvio e um americano. Também há dois alemães, acrescentou.

Há uma certa confusão sobre o estado exato da investigação: enquanto o ministério explicava que foram apresentadas três denúncias por agressões sexuais, mas que os autores ainda não tinham sido identificados, a polícia local de Colônia assegurava ter registrado 121 denúncias de agressões sexuais e mencionava 16 suspeitos.

O debate nacional se concentra agora na presença de refugiados nos atos de 31 de dezembro, depois que a Alemanha acolheu em 2015 um número recorde de 1,1 milhão de solicitantes de asilo.

"É preciso reduzir sensivelmente o número [de solicitantes de asilo], não poderemos acolher a cada ano um milhão de refugiados", avaliou na sexta-feira o líder das fileiras dos deputados do partido social-democrata SPD, Thomas Oppermann.

Assim como outras autoridades políticas, George Streiter, um dos porta-vozes da chanceler Angela Merkel, pediu nesta sexta-feira que não se ponha todos os refugiados no mesmo saco.

"Não se trata, em primeiro lugar [de um problema] de refugiados, mas de criminalidade", afirmou, lembrando que os solicitantes de asilo sofreram em seus países e foram para a Alemanha em busca de proteção.

Debate sobre expulsõesEnquanto isso, autoridades políticas da CDU (conservadores) e do SPD, que formam a coalizão no poder, tentam enviar uma mensagem de firmeza sobre as normas de convivência na Alemanha, enquanto ganha importância o debate sobre a necessidade de estabelecer procedimentos de expulsão mais rápidos e eficazes.

"Precisamos de mais policiais, uma justiça com mais ferramentas e leis mais duras para poder, entre outras coisas, expulsar os estrangeiros criminosos", declarou na sexta-feira Volker Kauder, líder do grupo parlamentar da CDU, à revista Der Spiegel.

A própria Merkel mostrou-se disposta na quinta-feira a estudar se a Alemanha "fez tudo o necessário no tema das modalidades de expulsão para enviar um sinal claro a quem não quer respeitar" as regras.

"Os cidadãos esperam que os que não têm direito a permanecer [na Alemanha] deixem o país", insistiu Kauder, cujo partido se reunirá neste fim de semana em Mainz (sudoeste), onde tem previsto adotar medidas de rigidez judicial.

O SPD, que mostrava reservas sobre a necessidade de endurecer as regras de expulsão, parecia ter mudado de opinião nesta sexta-feira. "Temos que examinar todas as possibilidades do direito internacional para poder expulsar os demandantes de asilo criminosos", declarou seu presidente, Sigmar Gabriel, ao jornal Bild.

A lei alemã impõe uma pena de pelo menos três anos de prisão para permitir a expulsão de um solicitante de asilo durante o exame de seu caso, com a condição de que sua vida ou sua saúde não corram risco em seu país de origem.

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