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Míssil atinge clínica do MSF e deixa quatro mortos e 10 feridos no Iêmen

A área afetada está sob controle dos rebeldes xiitas huthis, em guerra contra as forças governamentais apoiadas por uma coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita

Agência France-Presse
postado em 11/01/2016 09:33
Dubái, Emirados Árabes - Quatro pessoas morreram e 10 ficaram feridas depois que um míssil atingiu neste domingo uma clínica da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Iêmen, um país devastado pela guerra, informou uma porta-voz da ONG.

O míssil atingiu o centro de Razeh, na província de Saada (norte), declarou à Agência France Press (AFP) a diretora de comunicação da ONG no Iêmen, Malak Shaher, sem informar se foi lançado de um avião e se as vítimas são pacientes ou funcionários da clínica.

A área afetada está sob controle dos rebeldes xiitas huthis, em guerra contra as forças governamentais apoiadas por uma coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita. Entre os feridos estão funcionários do MSF, que, segundo a organização, se encontram em "estado crítico". A União Europeia condenou esse ataque "inaceitável" e lembrou que "a lei internacional humanitária proíbe atacar centros humanitários e civis".

Em dezembro, a MSF acusou a coalizão árabe de ter bombardeado uma de suas clínicas em Taez (sudoeste), um ataque que deixou nove feridos, dois deles funcionários da ONG. Por outro lado, um coronel dos serviços de inteligência, Ali Saleh al Najibi, foi morto por desconhecidos, que fugiram em Adén, a grande cidade do sul reconquistada pelas forças governamentais, informou uma fonte de segurança.

No cenário político, o emissário da ONU para o Iêmen, Ismail Uld Sheikh Ahmed, chegou a Sanaa para tentar convencer os rebeldes e seus aliados (os partidários do ex-presidente Ali Abdallah Saleh) a retomar as negociações de paz com o governo.

A guerra afetou diretamente 80% da população deste país pobre da península arábica e provocou quase 6.000 mortes desde março do ano passado. Também favoreceu o avanço dos grupos jihadistas, como o Estado Islâmico (EI), que atuam de maneira praticamente livre no sul do país, região de muitos atentados.

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