Amã, Jordânia - Em um mês, o número de sírios bloqueados ao longo da fronteira jordaniana pulou de 12 mil para 16 mil, informou o reino hachemita nesta segunda-feira, acrescentando que organizações humanitárias estão colaborando na ajuda aos refugiados.
"Quase 16 mil sírios se encontram nos campos, atualmente, na fronteira oriental da Jordânia", disse à aFP o porta-voz do governo Mohamed Momani.
Em 9 de dezembro, a Jordânia classificou de "muito exagerado" o número de sírios bloqueados em suas fronteiras. Na época, a ONU estimou esse número em cerca de 12.000 refugiados.
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) e a ONG Human Rights Watch (HRW) pediram ao reino que acolhesse esses refugiados.
Segundo Momani, os refugiados que chegam do leste e do norte da Síria se beneficiam da ajuda humanitária de ONGs e do governo.
Ele disse que o reino permitiu que essas organizações tivessem acesso à "zona militar", onde estão os refugiados e aonde, até o início de dezembro, apenas o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) poderia chegar.
A partir de agora, além do CICV, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Organização Internacional para os Migrantes (OIM) e o Acnur poderão ajudar os 16 mil refugiados, acrescentou Momani.
"A Jordânia encoraja os organismos internacionais a fornecer todo o apoio necessário", completou.
Segundo ele, "hoje, 75 funcionários de ONGs trabalham nos campos sob a supervisão do HCR".
O porta-voz declarou ainda que as Forças Armadas jordanianas "carregam um peso enorme", coordenando, sobretudo, a distribuição de ajuda aos refugiados.
"O Exército também fornece cuidados e socorro de emergência para os casos críticos", detalhou.
A Jordânia aponta "considerações de segurança" para explicar a lentidão da acolhida dos refugiados. Apenas entre 50 e 100 refugiados são recebidos diariamente pelo país, de acordo com o porta-voz.
"A segurança é a primeira das prioridades para o reino. Nossas fronteiras continuam abertas, porém", insistiu Momani, afirmando, mais uma vez, que a Jordânia recebe 1,4 milhão de sírios, ou seja, 20% da população nacional. O CICV estima em número em 600 mil pessoas.