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Turquia prende suspeito por atentado que matou 10 no centro de Istambul

Segundo as autoridades, o ataque foi cometido por um sírio de 28 anos que entrou no país a partir da Síria e que seria membro do EI

Agência France-Presse
postado em 13/01/2016 11:40

Istambul, Turquia - A polícia turca deteve um suspeito relacionado ao atentado suicida de terça-feira em pleno centro de Istambul, atribuído ao Estado Islâmico e no qual dez turistas alemães morreram.

Berlim afirmou nesta quarta-feira que as dez vítimas fatais eram alemãs. O atentado também deixou 15 feridos, entre eles uma peruana, que receberá alta nas próximas horas.

"Uma pessoa foi detida na noite de terça-feira após o ataque. A investigação segue em curso meticulosamente", disse o ministro do Interior turco, Efkan Ala, que se reuniu com seu colega alemão, Thomas de Maizi;re, em Istambul.

De Maizi;re descartou, por sua vez, que o atentado tivesse seu país como alvo.

"No estado atual das investigações, nada indica que o atentado fosse dirigido contra alemães e não vejo nenhuma razão para desistir de viagens à Turquia", disse o ministro.

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Entre os 15 feridos, dois estão em estado grave, indicou à AFP uma autoridade de saúde da cidade.

A peruana ferida está bem e pode sair nesta quarta ou na quinta-feira do hospital, indicou à AFP o cônsul honorário do Peru em Istambul, Jack Hayim.

[SAIBAMAIS] Segundo as autoridades, o ataque foi cometido por um sírio de 28 anos que entrou no país a partir de seu país e que seria integrante do EI. Após o atentado, a polícia lançou várias operações em círculos jihadistas, aparentemente sem relação direta com os atentados, e deteve nove pessoas em Antalya (sul) e Mersin (sul), entre elas três russos, segundo a agência de notícias Dogan.

Só na terça-feira foram detidos 65 supostos simpatizantes do EI em Ancara, Esmirna (oeste), Kilis, Adana, Mersin (sul) e Sanliurf (sudeste).

O presidente islamita-conservador, Recep Tayyip Erdogan, acusado de ser indulgente com os jihadistas sírios, decidiu finalmente no ano passado participar da coalizão internacional contra o jihadismo e prendeu muitos membros do EI.

Desde então deteve supostos membros do grupo e informou ter frustrado vários atentados.

O atentado de Istambul ocorre três meses depois de outro ataque diante da estação central de Ancara no qual 103 pessoas morreram.

Segundo a imprensa turca, o autor do ataque de Istambul, chamado Nabil Falbi e nascido na Arábia Saudita, entrou na Turquia como refugiado em 5 de janeiro e pôde ser identificado rapidamente graças às impressões digitais registradas pelos serviços de imigração.

No Vaticano, o papa Francisco condenou o ataque e pediu orações pelas vítimas.

Em pleno centro histórico

O suicida detonou seu cinturão de explosivos na manhã de terça-feira em pleno centro histórico de Istambul, no local onde se erguia o antigo hipódromo de Constantinopla, perto da basílica de Santa Sofia e da Mesquita Azul, locais visitados todos os anos por milhares de turistas estrangeiros.

O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, visitou nesta quarta-feira os feridos e depois se dirigiu com De Maizi;re ao local do ataque, onde depositou rosas vermelhas aos pés de um obelisco próximo.

Durante a manhã foram retirados os cordões de isolamento no local do atentado e os turistas voltavam a aparecer. Várias pessoas renderam homenagem às vítimas depositando flores no local do ataque.

A Turquia vive em estado de alerta permanente desde o duplo atentado suicida de 10 de outubro em Ancara, no qual além dos 103 mortos, 500 pessoas ficaram feridas. O ataque era dirigido contra manifestantes pró-curdos reunidos diante da estação e foi atribuído ao EI.

Além disso, desde o ano passado o país está afundado em um novo conflito entre as forças de segurança e o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), rompendo o frágil cessar-fogo que havia durado dois anos.

A imprensa independente turca denunciou nesta quarta-feira a ambiguidade do governo e sua responsabilidade nos atentados recentes.

"Estamos sentados sobre uma bomba relógio e a única razão desta situação é esta tolerância obsessiva com os grupos jihadistas" do governo, noticiou o jornal Hürriyet.

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