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Colômbia: Farc rejeitam propostas unilaterais do governo

O objetivo dessas conversas é pôr fim a mais de meio século de luta armada

Agência France-Presse
postado em 14/01/2016 17:33

Havana, Cuba - As Farc exigiram do governo, nesta quinta-feira (14/1), que seja "mais responsável" em seus planos sobre o fim do conflito armado na Colômbia e evite propostas "não consensuais" nas negociações de paz, como o plebiscito e a criação de zonas de concentração para os rebeldes.

"Nossa concepção nos indica que temas de tanta transcendência (plebiscito, zonas de concentração, etc.) devem ser administrados de forma mais responsável", pois correspondem a "anúncios não consensuais", disse o grupo rebelde em um comunicado lido em Havana, sede dos diálogos.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia acrescentaram que este tipo de iniciativa deslegitima a guerrilha como interlocutor e "antecipa resultados que ainda não foram tratados" dentro do processo de negociação iniciado em 2013.

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O objetivo dessas conversas é pôr fim a mais de meio século de luta armada.

O governo de Juan Manuel Santos está tramitando no Congresso a convocação de um plebiscito sobre os acordos de paz em Cuba. Na semana passada, Bogotá anunciou que apresentará um projeto para criar zonas de concentração para os rebeldes que entregarem as armas.

As Farc se opõem ao plebiscito e, em seu lugar, propõem uma Assembleia Constituinte para blindar os pactos firmados.

"É preciso abandonar qualquer prevenção que possa atravessar o caminho do acordo final", defende a guerrilha.

Ambas as partes chegaram a um consenso em quatro dos seis pontos da agenda: o problema agrário, cultivo e tráfico de drogas ilegais, participação política dos guerrilheiros e indenização das vítimas.

"Nos preparamos para abordar plenamente o ponto ;fim do conflito; e aguardamos a discussão em torno da implementação, verificação e referendo. Também estão pendentes de solução as 42 condições existentes dos pontos já acertados", completou a organização.

Na quarta-feira, as Farc questionaram que se consiga cumprir a assinatura do acordo final na data previamente acertada de 23 de março.

"O mais importante é assumir que o objetivo do processo é obter um consenso entre posições contrárias, antes de impor as próprias", insistiu a guerrilha.

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