Relações sexuais entre humanos antigos e neandertais explicam, mais de 40 mil anos depois, a causa das alergias de pessoas modernas. A troca genética entre as espécies, diz um grupo de especialistas do Instituto Pasteur de Paris, teria tornado homens e mulheres da atualidade mais propensos a coceiras, espirros e outros tipos de reação, como informa o jornal britânico The Guardian.
O ato praticado pelos pré-históricos deixou todos os não-africanos de hoje transportando 0,16% do DNA neandertal. As pessoas cujos ancestrais nunca saíram do continente, porém, não teriam cruzado o caminho da espécie subdesenvolvida em relação ao Homo sapiens sapiens ou dos Denisovans ; um misterioso grupo de seres humanos que viveram na Sibéria e em regiões próximas, no mesmo período.
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Três genes estão entre as ligações mais comuns entre o DNA dos neandertais e dos humanos de hoje, sugerindo uma vantagem evolutiva. Isso teria impulsionado o sistema imune das pessoas modernas, uma vez que os genes estão envolvidos na primeira linha de defesa do corpo contra agentes patogênicos, como bactérias e fungos.
As pessoas que carregam os três genes, entretanto, parecem pagar um preço na forma de um sistema imunológico excessivamente sensível. Um estudo elaborado pela companhia americana 23andMe aponta que portadores destes genes são mais propensos a ter asma, febre dos fenos ; reação causada por pólen de algumas plantas ; e outras alergias.
Os genes teriam se espalhado entre seres humanos modernos quando pequenos grupos de pioneiros deixaram a África. Eles então teriam encontrado e feito sexo com neandertais, na Eurásia. A espécie, ao contrário dos recém-chegados, tinha passado 200.000 anos de adaptação à vida na região e, por isso, seus sistemas imunológicos tinham se tornado sensíveis às novas infecções enfrentadas por eles.