Depois de Londres e Milão, Paris recebe, a partir desta quarta-feira (20/01), os desfiles de moda masculina, seguidos pelos de alta-costura na próxima semana, organizados sob medidas reforçadas de segurança nesse país em estado de alerta após os atentados extremistas de 2015. Exigir documento de identidade na entrada, checar bolsas, evitar concentrações de pessoas: a Federação francesa da Costura, em "cooperação estreita" com a polícia e os serviços estatais, emitiu recomendações para as marcas participantes.
O objetivo "é proporcionar a maior segurança possível sem despertar inquietação", resume Pascal Morand, presidente executivo da Federação, ao destacar que "as medidas mais eficazes não são necessariamente as mais visíveis nem as mais comentadas". A Chanel "fortalecerá sua organização, conforme recomendado pelas autoridades", indicou um porta-voz. Dior e Lanvin previram um reforço da segurança, e as marcas Yohji Yamamoto e Valentino pediram aos convidados que chegassem mais cedo devido aos procedimentos de controle na entrada.
A Federação da Costura afirmou ser muito cedo para avaliar as eventuais repercussões dos atentados sobre a frequência dos desfiles. Junto aos grandes nomes no programa das coleções masculinas de outono/inverno 2016/2017 também estão marcas mais jovens, com quatro estreantes nas passarelas parisienses (Avoc, OAMC, os japoneses Christian Dada e White Mountaineering). Diversas nacionalidades estão sendo representadas.
Leia mais notícias em Mundo
Essa forte dimensão internacional é uma das características de Paris ante à Fashion Week de Nova York, Londres e Milão. "É muito importante para Paris ser o lugar onde todos venham buscar reconhecimento e conquistar uma legitimidade", comentou Pascal Morand. "Nestes últimos anos, Paris recuperou sua imagem. Existe a ideia de que é o lugar onde tudo acontece, ainda que trabalhemos muito bem com nossos amigos italianos e respeitemos integralmente o que é feito em Londres e Nova York", acrescenta o ex-diretor geral do Instituto Francês da Moda (IFM).