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Rússia denuncia relatório com motivação política sobre caso Litvinenko

Segundo a investigação britânica o presidente russo, Vladimir Putin, "provavelmente aprovou" o assassinato em Londres em 2006

Agência France-Presse
postado em 21/01/2016 09:35
Moscou, Rússia - A Rússia denunciou nesta quinta-feira (21/1) o que chamou de investigação com nítida motivação política e carente de transparência depois da publicação no Reino Unido das conclusões sobre a morte, em Londres, em 2006, do ex-espião da KGB Alexander Litvinenko, que acusa Moscou.

"Não havia motivos para esperar que o relatório final sobre esta investigação com motivação política e com extrema falta de transparência fosse objetivo e imparcial", declarou a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, em um comunicado.

Segundo a investigação britânica que teve os resultados divulgados nesta quinta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, "provavelmente aprovou" o assassinato em Londres em 2006, com polônio, do ex-espião russo Alexander Litvinenko.

"A operação do FSB (serviços de inteligência russo) para matar Litvinenko foi provavelmente aprovada por (Nikolai) Patrushev (diretor do FSB na época) e também pelo presidente Putin", afirma o relatório.

Se o papel de Putin na morte permanece em aberto, a investigação, presidida pelo juiz Robert Owen, é muito mais contundente sobre a participação do Estado russo.

"O Estado russo foi responsável pela morte de Litvinenko", afirmam as conclusões, que confirmam também que a execução, com a introdução de polônio em um chá durante uma reunião no bar de um hotel em Londres, foi realizada por dois agentes russos, Andrei Lugovoi e Dmitri Kovtun.

"Quando Lugovoi envenenou Litvinenko, é provável que tenha feito sob a direção do FSB. Acrescentaria que vejo isto como uma forte probabilidade. Concluí que Kovtun também teve participação no envenenamento", afirma o documento de 300 páginas, resultado de um ano e meio de audiências.

Litvinenko teve que ser enterrado em um caixão de chumbo para evitar fugas radioativas.

A morte do ex-agente do serviço de segurança russo FSB, que trabalhava na época para o MI6 britânico e prestava assessoria à polícia espanhola na luta contra a máfia russa, foi definida como o primeiro ato de terrorismo nuclear da história.

No relatório, o juiz Owen afirma que Litvinenko "era considerado por aqueles que estavam no FSB como alguém que havia traído a organização".

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