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Presidente de Israel vai revelar carta inédita do nazista Eichmann

De acordo com o gabinete da presidência, a carta com o pedido foi escrita ao então presidente Yitzjak Ben-Zvi. Rivlin apresentará o manuscrito durante uma cerimônia na residência oficial

Agência France-Presse
postado em 27/01/2016 09:39
Jerusalém - O presidente de Israel, Reuven Rivlin, tornará públicos nesta quarta-feira documentos nunca divulgados antes, incluindo uma carta com um pedido de clemência escrita pelo criminoso nazista Adolf Eichmann antes de sua execução.

De acordo com o gabinete da presidência, a carta com o pedido foi escrita ao então presidente Yitzjak Ben-Zvi. Rivlin apresentará o manuscrito durante uma cerimônia na residência oficial de Jerusalém por ocasião do Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto.

Agentes do serviço de inteligência israelense, Mossad, capturaram Eichmann em 1960 na Argentina, de onde ele foi levado para Israel. Ele foi julgado e condenado à morte em 1961.

Na carta, o criminoso nazista afirma que o tribunal israelense responsável por seu julgamento exagerou seu papel na organização da logística da "solução final" de Adolf Hitler, cujo plano para exterminar os judeus da Europa matou seis milhões de pessoas.

"Devemos distinguir os chefes responsáveis das pessoas como eu, que foram forçadas a servir como simples instrumentos entre suas mãos", escreveu Eichmann na carta, segundo trechos antecipados pelo gabinete de Rivlin.

"Eu não era um chefe responsável, então não me sinto culpado", completa a carta.

"Não posso reconhecer como justo o veredicto do tribunal e peço, senhor presidente, que exerça seu direito de conceder o perdão e ordene que a pena de morte não seja aplicada".

Adolf Eichmann assinou a carta, com data de 29 de maio de 1962 em Jerusalém, mas foi executado dois dias depois.

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