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Turquia denuncia nova violação de espaço aéreo por avião russo

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, também alertou a Rússia contra "iniciativas irresponsáveis" que comprometem "a paz regional e mundial

Agência France-Presse
postado em 30/01/2016 17:45
Ancara, Turquia - A Turquia assegurou que um avião russo Su-34 violou seu espaço aéreo, apesar das reiteradas advertências e alertou Moscou sobre o risco de "comportamentos irresponsáveis", indicou neste sábado o ministério turco das Relações Exteriores.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, também alertou a Rússia contra "iniciativas irresponsáveis" que comprometem "a paz regional e mundial".

"A Rússia terá de enfrentar as consequências se continuar violando desse modo a soberania turca", afirmou Erdogan no aeroporto de Istambul, antes de empreender uma viagem à América Latina.

"Essas iniciativas irresponsáveis não são benéficas para a Federação Russa, para as relações entre a Rússia e a Otan, nem para a paz regional e mundial", acrescentou.

Ele disse ainda que deseja se reunir com o presidente russo Vladimir Putin, mas que não conseguiu até agora concretizar este encontro.

O ministério russo da Defesa, por sua vez, classificou de propaganda sem fundamento as declarações da Turquia.

"As declarações turcas referentes à violação de seu espaço aéreo por um SU-34 russo são propaganda sem fundamento", declarou o porta-voz do ministério da Defesa, Igor Konachenkov.

Na sexta-feira, Ancara convocou o embaixador russo para expressar "a firme condenação" por esta violação, de acordo com um comunicado da chancelaria.

"Não comentaremos o tema das discussões", explicou um porta-voz da embaixada russa, Igor Mityakov, falando à agência de noticias RIA Novosti, ao ser perguntado sobre a convocação na chancelaria turca.

Segundo as autoridades turcas, um Su-34 da aviação russa violou o espaço aéreo turco na sexta-feira, às 11H46 locais.

Em novembro passado, o exército turco derrubou um caça russo na fronteira síria.

Otan alerta Moscou

A Otan, por sua vez, pediu a Moscou que "respeite plenamente o espaço aéreo de seus países-membros".

"A Rússia deve tomar todas as medidas necessárias para assegurar que essas violações não voltem a acontecer", escreveu em um comunicado o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg.

O incidente levou a tensão entre os dois países vizinhos a seu pior nível desde a Guerra Fria.

Além do incidente militar, os dois mantêm sérias divergências sobre os rumores da guerra na Síria.

Moscou apoia abertamente o regime do presidente sírio, Bashar Al Assad, inimigo declarado de Ancara.

A chancelaria turca não informou o local preciso deste último incidente.

"Esta violação é um novo indicador concreto das ações da Federação russa para fazer escalar os problemas, apesar das advertências de nosso país e da Otan", indicou a chancelaria turca.

No ano passado, a Turquia começou seus voos para a Síria para bombardear posições do grupo Estado Islâmico como parte da campanha internacional contra os jihadistas.

Em 24 novembro passado, caça-bombardeios russos F-16 turcos abateram um Sukhoi-24 russo que sobrevoava a fronteira turco-síria e um dos dois pilotos morreu metralhado quando descia de paraquedas, enquanto outro foi resgatado por um comando.

Este incidente foi classificado por Putin como "uma facada nas costas" e provocou uma grave crise entre Ancara e Moscou, cujas relações eram boas, apesar de suas diferenças sobre o conflito na Síria.

Moscou tomou medidas simbólicas de represália contra Ancara, como reinstaurar a necessidade de visto para os cidadãos turcos que viajam para a Rússia, recomendar a seus cidadãos que não viagem para a Turquia e impor um embargo sobre produtos turcos, em particular frutas e verduras.

Segundo a imprensa turca, a força aérea nacional suspendeu suas missões na Síria depois do caso do caça russo para evitar novos incidentes.

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