Agência France-Presse
postado em 01/02/2016 09:20
Paris, França - O presidente cubano, Raúl Castro, iniciou nesta segunda-feira uma visita de Estado à França, dominada por temas econômicos, mas que carrega uma forte dimensão simbólica de sua abertura ao mundo após a reconciliação com os Estados Unidos.
Raúl Castro foi recebido com uma cerimônia solene no Arco do Triunfo de Paris, onde recebeu honras militares.
O presidente chegou ao Arco do Triunfo depois de percorrer a avenida Champs Elysees, decorada para a ocasião com bandeiras francesas e cubanas e cercada por um rigoroso dispositivo de segurança.
Na cerimônia foram interpretados os respectivos hinos nacionais, e o líder cubano depositou flores no túmulo do soldado desconhecido, ao lado da ministra da Ecologia, Ségol;ne Royal, a número três do governo.
Após a cerimônia, Raúl Castro percorreu a Champs Elysees escoltado pela Guarda Republicana francesa a cavalo.Perto do local era possível observar pequenos grupos de simpatizantes castristas segurando bandeiras cubanas.
Um jovem cubano que preferiu não se identificar declarou que estava lá "para ver Raúl" e evidentemente para apoiá-lo.Um pouco mais adiante, um grupo de membros da associação Cuba Sí Francia se reunia.
"Estamos aqui para saudar e dar as boas-vindas a Raúl Castro. Esta visita é um acontecimento que desejamos há tempos, que Cuba seja reconhecida pela França e pela Europa com sua soberania e sua independência", afirmou Michel Taupin, um dos membros da associação.
Raúl Castro, que aterrissou no sábado em Paris para dois dias de visita privada, se reunirá na tarde desta segunda-feira com o presidente François Hollande no Palácio do Eliseu, onde serão assinados vários acordos, um deles sobre a anulação de parte da dívida cubana com Paris.
Durante a noite, Castro será o convidado de honra de um jantar de gala no Palácio Presidencial.
A visita do presidente cubano à França responde à realizada por seu colega francês a Cuba em maio passado.
Hollande foi o primeiro líder ocidental a visitar a ilha depois do degelo com os Estados Unidos, que começou no fim de 2014 e se concretizou com a abertura de embaixadas dos dois países em meados de 2015.
Paris busca reforçar a presença de empresas francesas em uma Cuba que se abre pouco a pouco à economia de mercado.
Com um comércio anual de 180 milhões de euros, a França forma parte dos 10 primeiros sócios de Cuba e, entre seus planos, está aprofundar suas relações com Havana.
A ilha, um polo turístico em expansão e com uma mão de obra qualificada, é vista pelos Estados Unidos e por seus concorrentes europeus com um interesse renovado.