Agência France-Presse
postado em 10/02/2016 15:44
Lahore, Paquistão - A justiça paquistanesa examina nesta quinta-feira uma ação da monarquia britânica para restaurar o Koh-i-Noor, um diamante lendário do qual se apossou durante a colonização do subcontinente indiano.A pedra de 105,6 quilates, reivindicada por vários países, adorna uma coroa que foi vista pela última vez em 1953 na cabeça da falecida Rainha Mãe Elizabeth para a coroação da filha, a atual soberana Elizabeth II.
A dinastia britânica reservou o diamante às mulheres, uma vez que tem a reputação de trazer má sorte para os homens por causa de sua história sangrenta: a pedra mudou de mãos no calor das batalhas e saques, mas também intrigas e tortura.
O diamante, extraído em Golconde no sul da Índia, foi propriedade dos governantes mongóis, de guerreiros persas, governantes afegãos e marajás do Punjab.
Em 1849, em Lahore, foi entregue pelo jovem príncipe sikh Duleep Singh a representantes da rainha Vitória, imperadora da Índia, depois de um acordo de ratificação da conquista do Punjab.
Hoje está exposto na Torre de Londres com as joias da coroa.
A Alta Corte de Lahore, capital do Punjab do Paquistão, examina nesta quinta a demanda do pintor e advogado anglo-paquistanês Iqbal Geoffrey, de 76 anos.
Geoffrey insta a rainha Elizabeth II a devolver o Koh-i-Noor ao Paquistão, afirmando que o diamante "pertence à província do Punjab, e foi levado à força pelos ingleses pelo líder local da época", segundo explicou à AFP.
A Índia, rival do Paquistão, também reivindicou várias vezes este diamante, considerando que faz parte de sua história e cultura. Personalidades indianas foram a Londres no final de 2015 para estudar a possibilidade de uma ação judicial.
Mas o primeiro-ministro britânico, David Cameron, declarou que o diamante "não vai de mexer" do Reino Unido.