Agência Estado
postado em 10/02/2016 16:00
As tensões entre os EUA e a Turquia em relação ao apoio que Washington dá aos combatentes curdos na Síria - vistos como terroristas por Ancara - aumentaram na noite de terça-feira (10/2) quando autoridades turcas exigiram uma reunião com o embaixador norte-americano.O Ministério de Relações Exteriores da Turquia convocou o embaixador dos EUA, John Bass, para uma reunião em Ancara após o Departamento de Estado dos EUA dizer publicamente na segunda-feira que não considera os curdos sírios como terroristas.
A Turquia considera o Partido da União Democrática, conhecida pela sigla curda PYD, um grupo terrorista como uma ramificação do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, ou PKK, que tem base no país. Enquanto os EUA, assim como a Turquia, classificam o PKK como grupo terrorista, os EUA tem elogiado o PYD sírio como uma organização eficaz na luta contra militantes do Estado Islâmico.
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Na segunda-feira, o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, disse em uma coletiva de imprensa em Washington que os EUA não consideram o PYD um grupo terrorista. "Nós não reconhecemos o PYD como uma organização terrorista. Nós reconhecemos a posição dos turcos e eu entendo isso", disse Kirby.
O Ministério de Relações Exteriores da Turquia chamou Bass depois dessas observações para expressar o desagrado do governo, informou a mídia turca. O Departamento de Estado confirmou a reunião, mas recusou-se a descrever o tom ou o assunto discutido
Na semana passada, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, criticou duramente Brett McGurk, um enviado presidencial dos EUA para questões que envolvem o Estado Islâmico, por ter mostrado fotos com um comandante do PYD que se acredita ser um antigo membro do PKK. Em seu avião presidencial, Erdogan disse a repórteres que tais ações minaram a confiança turca nos EUA.
Hoje, Erdogan aumentou suas críticas aos EUA por não reconhecer as forças curdas como terroristas, dizendo que a falta desde reconhecimento levou ao derramamento de sangue na Síria. "Vocês [EUA] falharam em reconhecer esses grupos. É por isso que a região [síria] está encharcada de sangue", disse o presidente turco.