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Papa e patriarca da Igreja Ortodoxa Russa terão encontro histórico hoje

Será o primeiro diálogo entre as duas Igrejas, separadas desde 1054. Especialistas reforçam simbolismo do evento, elogiam reaproximação, mas descartam reunificação



Por telefone, desde a capital russa, Alexander Baunov ; especialista do Carnegie Moscow Center e editor-chefe do site Carnegie.ru ; afirmou considerar o evento como ;histórico para o cristianismo na Europa e no mundo;. ;Essa reunião foi adiada em várias ocasiões. As duas igrejas começaram a dialogar alguns séculos atrás. Os patriarcas de Constantinopla e da Grécia chegaram a se encontrar com o papa, durante a década de 1960;, lembrou.



[SAIBAMAIS]De acordo com Baunov, o papa João Paulo II tentou restabelecer a ponte entre as igrejas de Roma e de Moscou, mas as autoridades do Kremlin rejeitaram uma reunião com Karol Wojtyla, ao expor vários obstáculos. À época, a Igreja Ortodoxa Russa acusou os católicos de se engajarem numa política expansionista. ;Desde os anos 1990, a Rússia tem demonstrado temor ante o aumento de fiéis e a presença da Igreja Ortodoxa Grega no oeste da Ucrânia. Por isso, o presidente Vladimir Putin estimulou o encontro em Havana.; Enquanto a Igreja Católica conta com 1,2 bilhão de fiéis, a Igreja Ortodoxa Russa mantém cerca de 130 milhões de seguidores.

;É claro que a reunificação das igrejas não faz parte da agenda;, frisou Baunov, ao explicar que qualquer união real ou reconciliação canônica provocaria cisma dentro da Igreja Ortodoxa Russa. O analista russo reconhece que, apesar de as igrejas do Ocidente cultivarem postura amigável em relação aos ortodoxos, os russos tratam os católicos com bastante cautela e uma certa suspeita. Para Baunov, Putin respalda a reaproximação histórica por entender que a Rússia tem contribuído com a tradicional identidade cristã. ;Os povos cristãos do Oriente Médio enfrentam uma tragédia. Putin e o papa Francisco tentam salvá-los. Trata-se de uma política de relações-públicas de Moscou: proteger os cristãos, assim como o Império Russo ante a ameaça islâmica, durante os séculos 18 e 19.;

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