Rodrigo Craveiro
postado em 13/02/2016 08:00
Entendimento. Cooperação. Acolhida. Humildade. As palavras escolhidas pelo papa Francisco e pelo patriarca ortodoxo russo, Kirill, durante o primeiro encontro entre os líderes das duas igrejas em 962 anos, sinalizam uma nova era. Acima de tudo, colocam os dois religiosos na história, ao defenderem a unidade do cristianismo. Às 16h26 (19h26 em Brasília), depois de pouco mais de duas horas de conversa no Aeroporto Internacional José Martí, em Havana, ambos assinaram uma declaração conjunta, em meio ao barulho dos flashes. O clima de fraternidade ficou evidente nos sorrisos e em um gesto especial de Francisco: ao trocarem os documentos, o pontífice se curvou em direção a Kirill, o abraçou e lhe deu três beijos. O presidente cubano, Raúl Castro, e as delegações de Roma e de Moscou reagiram com uma salva de palmas. Do lado esquerdo da mesa, um quadro da Virgem Maria com o menino Jesus.
;Durante duas horas, tivemos uma discussão aberta, com pleno entendimento de responsabilidade por nossas Igrejas, por nossos fiéis, pelo futuro do cristianismo e pelo futuro da civilização humana;, declarou Kirill à imprensa. De acordo com ele, a conversa com Francisco foi ;de muito conteúdo;. ;Ela nos deu a oportunidade de entender e de sentir as posições do outro. O resultado é que as duas igrejas podem cooperar e defender os cristãos de todo o mundo. Com plena responsabilidade, podemos trabalhar conjuntamente pelo fim da guerra e para que a vida humana seja respeitada em todo o mundo;, exortou o russo.
Francisco, por sua vez, disse que os dois falaram ;como irmãos;. ;Falamos de nossas igrejas. Concordamos que a unidade se faz caminhando. Falamos claramente, sem meias palavras. Senti consolo por esse distinto diálogo;, admitiu o pontífice argentino, representante de 1,2 bilhão de fiéis. O papa agradeceu a ;humildade fraterna de Sua Santidade e seus bons desejos de unidade;. ;Saímos daqui com uma série de iniciativas viáveis, que podem ser realizadas. Por isso, quero agradecer uma vez mais à Sua Santidade por sua benévola acolhida;, acrescentou, dirigindo-se ao religioso de Moscou, cuja igreja concentra 130 milhões de seguidores. O líder católico fez menção à ;disponibilidade ativa; de Cuba em sediar o encontro e brincou: ;Se seguir assim, Cuba será a capital da unidade;.
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