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Cuba assume papel de reconciliador internacional

O governo de Raul Castro é há três anos fiador e anfitrião de negociações de paz entre guerrilheiros comunistas e o governo da Colômbia

Cuba ganhou um papel internacional inesperado para um país que teoricamente estava isolado: já em paz com os Estados Unidos, se consolidou como mediador confiável para a solução do conflito armado na Colômbia e da aproximação do cristianismo após um cisma de mil anos.

Como a pequena e única ilha comunista do Caribe fez para atuar nas grandes ligas da diplomacia internacional? Para os especialistas, a resposta não está apenas em seu discreto mas eficaz aparato diplomático, mas também em seu passado de amizades e inimizades.

"De um estado isolado no hemisfério ocidental, concentrado em revolucionar o sistema internacional, Cuba passou a desfrutar a imagem de ser um país em transformação com uma relação de cooperação e diálogo com os poderes" estabelecidos, explicou à AFP Arturo López-Levy, cientista político da Universidade do Texas Valle de Río Grande.

O especialista acredita que o governo de Raúl Castro é um interlocutor privilegiado entre velhos antagonistas. "Vários destes atores do status quo como o governo colombiano e o Vaticano querem aproveitar as credenciais que Cuba tem com seus oponentes, com as FARC e com o Kremlin", agregou.

O governo de Raul Castro, que substitui o irmão Fidel no poder em 2006, é há três anos fiador e anfitrião de negociações de paz entre guerrilheiros comunistas e o governo da Colômbia.
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