Agência France-Presse
postado em 13/02/2016 11:51
Ucrânia está sob extrema pressão dos países aliados ocidentais para combater seriamente a corrupção, se quiser continuar contando com seu apoio vital.
Na quarta-feira, as autoridades pró-ocidentais de Kiev receberam um alerta de firmeza incomum da parte do Fundo Monetário Internacional (FMI), seu principal credor.
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, ameaçou cortar o fornecimento caso não veja "novos esforços significativos" do governo ucraniano em matéria de reformas e luta contra a corrupção.
[SAIBAMAIS] Um alerta que fez a moeda ucraniana despencar rapidamente e afastou os investidores da dívida pública deste país, afundado numa crise econômica e um conflito armado com os separatistas pró-russos nas províncias orientais.
Um pouco mais tarde, foi a vez do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressar preocupação em uma conversa telefônica com o presidente Petro Poroshenko.
Na sexta-feira, a União Europeia pediu às autoridades e aos partidos políticos "que se unam para garantir que as reformas continuem".
Os aliados de Kiev parecem perder a paciência com as autoridades ucranianas, que há dois anos sacudiram um governo pró-russo e estão demorando para implementar suas promessas de reforma.
A situação entrou em erupção no início de fevereiro, quando o ministro da Economia, Aivaras Abromavicius, altamente considerado pelos meios empresariais e chancelarias ocidentais, renunciou acusando um parente do presidente de bloquear reformas e querer impor personalidades "duvidosas" em sua equipe.
Consequências apocalípticas
Na quarta-feira, as autoridades pró-ocidentais de Kiev receberam um alerta de firmeza incomum da parte do Fundo Monetário Internacional (FMI), seu principal credor.
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, ameaçou cortar o fornecimento caso não veja "novos esforços significativos" do governo ucraniano em matéria de reformas e luta contra a corrupção.
[SAIBAMAIS] Um alerta que fez a moeda ucraniana despencar rapidamente e afastou os investidores da dívida pública deste país, afundado numa crise econômica e um conflito armado com os separatistas pró-russos nas províncias orientais.
Um pouco mais tarde, foi a vez do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressar preocupação em uma conversa telefônica com o presidente Petro Poroshenko.
Na sexta-feira, a União Europeia pediu às autoridades e aos partidos políticos "que se unam para garantir que as reformas continuem".
Os aliados de Kiev parecem perder a paciência com as autoridades ucranianas, que há dois anos sacudiram um governo pró-russo e estão demorando para implementar suas promessas de reforma.
A situação entrou em erupção no início de fevereiro, quando o ministro da Economia, Aivaras Abromavicius, altamente considerado pelos meios empresariais e chancelarias ocidentais, renunciou acusando um parente do presidente de bloquear reformas e querer impor personalidades "duvidosas" em sua equipe.
Consequências apocalípticas
Os olhares rapidamente se viraram para o presidente e seu primeiro-ministro, Arseniy Yatseniuk.
"Sem reformas não há ajuda", disse na semana passada em seu editorial o jornal ucraniano anglófono Kyiv Post, pedindo que os países ocidentais parem toda ajuda "até que a liderança ucraniana atue em favor dos interesses nacionais".
Analistas alertam que a eventual interrupção da ajuda ocidental custaria muito caro ao país.
O congelamento dos créditos do FMI bloquearia assim todo o programa internacional para a Ucrânia, ou seja, um total de 10 bilhões de dólares em 2016, salienta VoxUkraine, uma associação de especialistas em economia.
As consequências são inúmeras: nova desvalorização da moeda, que perdeu dois terços de seu valor em relação ao dólar em dois anos, elevando a inflação (43% em 2015), o declínio da atividade econômica e a fuga de capital estrangeiro.
E as eventuais alternativas ao apoio do FMI "nem sequer não cogitadas, já que todas são apocalípticas", garante Anatoli Oktisiuk, do Centro Internacional de Estudos Políticos de Kiev.
A inoperância do poder poderia provocar também eleições antecipadas, legislativas e até mesmo presidenciais, alertaram em declaração comum cerca de vinte especialistas políticos.
Neste caso, os ocidentais veriam com bons olhos um governo de tecnocratas, embora os líderes ucranianos estejam divididos sobre essa opção.
Poroshenko insiste na conveniência de "revitalizar" o gabinete de Yatseniuk, que por sua vez ameaçou deixar o cargo em caso de reformas.
Seu governo poderia inclusive cair nos próximos días, quando apresenta na terça-feira no Parlamento seu relatório anual.
"Sem reformas não há ajuda", disse na semana passada em seu editorial o jornal ucraniano anglófono Kyiv Post, pedindo que os países ocidentais parem toda ajuda "até que a liderança ucraniana atue em favor dos interesses nacionais".
Analistas alertam que a eventual interrupção da ajuda ocidental custaria muito caro ao país.
O congelamento dos créditos do FMI bloquearia assim todo o programa internacional para a Ucrânia, ou seja, um total de 10 bilhões de dólares em 2016, salienta VoxUkraine, uma associação de especialistas em economia.
As consequências são inúmeras: nova desvalorização da moeda, que perdeu dois terços de seu valor em relação ao dólar em dois anos, elevando a inflação (43% em 2015), o declínio da atividade econômica e a fuga de capital estrangeiro.
E as eventuais alternativas ao apoio do FMI "nem sequer não cogitadas, já que todas são apocalípticas", garante Anatoli Oktisiuk, do Centro Internacional de Estudos Políticos de Kiev.
A inoperância do poder poderia provocar também eleições antecipadas, legislativas e até mesmo presidenciais, alertaram em declaração comum cerca de vinte especialistas políticos.
Neste caso, os ocidentais veriam com bons olhos um governo de tecnocratas, embora os líderes ucranianos estejam divididos sobre essa opção.
Poroshenko insiste na conveniência de "revitalizar" o gabinete de Yatseniuk, que por sua vez ameaçou deixar o cargo em caso de reformas.
Seu governo poderia inclusive cair nos próximos días, quando apresenta na terça-feira no Parlamento seu relatório anual.