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Obama busca apoio do Sudeste Asiático frente à China

O objetivo da Casa Branca é organizar uma coalizão informal com seus aliados do Pacífico para pressionar a China a acatar a sentença de um tribunal da ONU

postado em 17/02/2016 07:29

O presidente convocou que se


Rancho Mirage, Estados Unidos - Barack Obama tenta integrar todos os governos da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), em uma postura comum frente a Pequim e a sua decisão de construir ilhas artificiais nos atóis do mar da China Meridional.

O tema fez parte da agenda da reunião de dois dias, encerrada nesta terça-feira, com os dez países que compõem a Asean. O encontro foi em Sunnylands, um retiro isolado em Rancho Mirage, no estado da Califórnia (oeste).

O objetivo da Casa Branca é organizar uma coalizão informal com seus aliados do Pacífico para pressionar a China a acatar a sentença de um tribunal da ONU.

[SAIBAMAIS]A Corte Permanente de Arbitragem da ONU deve decidir entre abril e maio, se tem sustentação legal a pretensão chinesa de exercer soberania sobre uma vasta extensão do mar que inclui os arquipélagos Paracel e Spratly.

Até agora, Pequim havia-se negado a reconhecer a jurisdição desse tribunal para abordar o tema.

Assim como China e Taiwan (que não foram convidados à cúpula), Brunei, Malásia, Filipinas e Vietnã reivindicam várias zonas de remotos recifes, ilhas e bancos que se transformaram em pontos de árdua disputa geopolítica.

As recentes obras de construção militar da China em vários recifes de corais na área, criando ilhas artificiais, provocaram o temor de que se pudesse deflagrar um conflito militar.
Giro para o Pacífico

Obama abriu a sessão da Asean em Sunnylands, declarando que os Estados Unidos "compartilham o objetivo de construir uma ordem regional onde todas as nações joguem as mesmas regras".

O presidente convocou que se "resolva pacificamente" as diferenças na área e que "se dê passos concretos" nessa direção.

Ele também anunciou um pacote de medidas destinadas a estimular as economias do Sudeste Asiático em áreas como comércio, telecomunicações e energia.

O plano prevê a abertura de três escritórios - em Jacarta, Bangcoc e Cingapura - como uma maneira de concretizar "o compromisso econômico dos Estados Unidos com as instituições da Asean".

Os países da Asean têm "a esperança de que, embora não imediatamente, com o tempo, os chineses não queiram se ver isolados e considerados como um pária internacional, como um país que não está disposto a cumprir as normas do Direito Internacional", comentou o especialista em assuntos do Sudeste Asiático Ernest Bower, do americano Center for Strategic and International Studies (CSIS).

Já a Casa Branca via esta cúpula como uma oportunidade para acentuar a crescente importância que Obama vem dando às relações dos Estados Unidos com a Ásia, no chamado "giro para o Pacífico". O presidente americano espera concluir esta agenda antes de deixar o governo em janeiro de 2017.
"Como presidente, insisti em que, mesmo quando os Estados Unidos enfrentam ameaças urgentes em todo o mundo, nossa Política Exterior também tem de aproveitar as novas oportunidades. E poucas regiões apresentam mais oportunidades no século XXI do que a região da Ásia e do Pacífico", afirmou.

"No início da minha Presidência, decidi que o compromisso dos Estados Unidos, como uma nação do Pacífico, seria o de reequilibrar nossa Política Externa e desempenhar um papel mais amplo e de longo prazo na região Ásia-Pacífico", acrescentou Obama

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