A União Europeia (UE) "ainda não tem garantias" de que os chefes de Estado e de Governo do bloco chegarão a um acordo na cúpula sobre as reivindicações da Grã-Bretanha para evitar sua saída da UE.
A 24 horas do início desta "crucial" cúpula para a União Europeia, o presidente do Conselho, Donald Tusk, que presidirá o encontro, admitiu que "ainda não há garantias" de que haverá um acordo.
"Temos diferenças sobre alguns pontos e estou consciente de que será difícil superá-los", escreveu Tusk, em sua carta-convite, pedindo aos participantes que sejam "construtivos".
Amanhã, os chefes de Estado e de Governo terão uma primeira sessão de trabalho sobre as reformas. À noite, afirmam os organizadores, haverá reuniões bilaterais para aparar as arestas e tentar limar diferenças.
Em outra sala, haverá um "batalhão de advogados" encarregados de traduzir as decisões em textos legais "vinculantes e irreversíveis".
A chefe de governo alemã, chanceler Angela Merkel, já havia dado um apoio de peso aos pedidos de reforma do primeiro-ministro britânico, David Cameron.
"Não se trata apenas de interesses particulares dos britânicos sobre certas coisas. Em algumas questões é bem o contrário. Muitos pontos se justificam e são compreensíveis", disse a chanceler diante da Bundestag, em um discurso no qual expôs a posição de Berlim.
"Justifica-se e é compreensível porque a jurisdição de cada sistema de Seguridade Social respectivo não depende de Bruxelas, mas de cada Estado independente", acrescentou.
O governo britânico pede à UE reformas em quatro setores: salvaguardas para os países que não utilizam o euro - e que as decisões dos 19 países que utilizam a moeda única não sejam tomadas em detrimento dos demais -; aumentar a competitividade - ponto de convergência entre os 28 -; e a opção de se manter à margem de uma maior integração da UE.
Pede também que se limitem os benefícios sociais aos estrangeiros na Grã-Bretanha, a questão mais polêmica. Com este pedido, busca-se limitar o acesso às ajudas sociais e subsídios habitacionais dos trabalhadores do restante da Europa. Isso provocou inflamadas críticas em todo o bloco, em particular no Leste Europeu.