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EUA e Cuba discutem mudanças regulatórias para alavancar comércio

A secretária de comércio dos EUA afirma que há meses se reúne com empresários do país para fazer negócios com Cuba

Agência France-Presse
postado em 17/02/2016 18:59

Delegações de alto nível de Estados Unidos e Cuba iniciaram nesta quarta-feira (17/02), em Washington, uma rodada de dois dias de discussões sobre as complicadas mudanças regulatórias já adotadas e sobre aquelas ainda necessárias para impulsionar o comércio bilateral.

A secretária de Comércio dos EUA, Penny Pritzker, disse que o propósito dos encontros é explicar à parte cubana as mudanças já introduzidas nas normas americanas e transmitir as modificações que se tornam necessárias na legislação da Ilha.

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Pritzker contou que, há meses, vem-se reunindo com empresários de todo o país "e é evidente que eles querem fazer negócios com Cuba". A secretária ressaltou, contudo, que Washington "precisa da ajuda" da parte cubana para que as empresas americanas possam operar.

Em particular, destacou, as empresas se preocupam com a exigência de contratar empregados cubanos por intermédio de uma empresa estatal local e com a dificuldade de conhecer melhor a legislação e as normas em vigor em Cuba para operar.

O ministro cubano de Comércio Exterior, Rodrigo Malmierca, manifestou que as mudanças de regulação que os Estados Unidos adotaram por iniciativa do presidente Barack Obama são "passos positivos", mas "insuficientes".

"Entendemos que isso cria problemas políticos para a Administração (americana) em um ano eleitoral, mas também entendemos que, nisso, o presidente Obama tem apoio da sociedade e de uma parte do Congresso para avançar", declarou.

A proibição para que Cuba utilize dólares em suas transações comerciais "nos afeta muito severamente" e gera um "efeito dissuasivo muito forte nos bancos em nível internacional", explicou o ministro cubano.

"Temos muitos problemas para resolver", afirmou Malmierca, que agradeceu a Pritzker pelo esforço na aproximação comercial entre os dois países.

A delegação cubana inclui a vice-presidente do Banco Central da Ilha, Irma Martínez, e o diretor-geral do Banco Financeiro Internacional, Nivaldo Puldón.

Desde que os dois países anunciaram sua reaproximação, a Casa Branca adotou três grandes pacotes de reformas regulatórias, uma atribuição do Poder Executivo que não afeta o grosso das sanções previstas na lei.

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