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Walesa reconhece erro, mas nega colaboração com polícia secreta polonesa

Walesa foi novamente acusado de colaboração com o serviço secreto comunistas

Agência France-Presse
postado em 19/02/2016 09:25
Varsóvia, Polónia - O ex-presidente polonês Lech Walesa, fundador do sindicato Solidariedade, voltou a negar nesta sexta-feira que teria sido um informante do serviço secreto (SB) durante o comunismo, mas admitiu que cometeu um erro.

"Não me quebraram em dezembro de 1970, nem colaborei com o SB. Nunca cobrei dinheiro nem fiz relatórios escritos ou orais", afirmou o Prêmio Nobel da Paz em um texto publicado em seu blog.

"Cometi um erro, mas não como dizem. Dei minha palavra de não revelá-lo. Certamente não agora. A não ser que outros o façam. O supervisor (do assunto) segue vivo. Teria que revelar a verdade, espero que o faça. Eu tinha um coração muito terno", escreveu Walesa sem revelar mais detalhes.


Walesa foi novamente acusado de colaboração com o serviço secreto comunistas após a descoberta de documentos na casa do ex-ministro do Interior e chefe da polícia secreta, o general Czeslaw Kiszczak, morto no ano passado.

Os documentos foram obtidos pelo Instituto Polonês de Memória Nacional (IPN), que formulou a denúncia na quarta-feira em seu site.

"Em seu arquivo pessoal há um envelope com um compromisso manuscrito de colaboração, assinado Lech Walesa ;Bolek;. Entre os documentos deste arquivo, também há recibos escritos, assinados com o pseudônimo ;Bolek;", declarou na quinta-feira à imprensa Lukasz Kaminski, diretor da instituição oficial que é responsável pela instrução de crimes nazistas e da época comunista.

No passado, Walesa, de 72 anos, reconheceu publicamente que havia "assinado um papel" por ordem da polícia durante uma das várias detenções que sofreu quando era um sindicalista opositor ao regime comunista.

No entanto, classificou de absurda qualquer acusação de colaboração com a polícia política.

A eventual colaboração de Walesa continua sendo um assunto polêmico na Polônia desde o início dos anos 1990, e uma fonte de polarização entre simpatizantes e opositores.

Entre seus grandes inimigos está Jaroslaw Kaczynski, líder do partido conservador Direito e Justiça (PiS), atualmente no poder na Polônia.

Em 2000, um tribunal especial absolveu Walesa de qualquer colaboração com o SB.

Mas em 2008 o IPN relançou o debate ao publicar um livro que afirmava que Walesa foi registrado como agente secreto em dezembro de 1970, e depois eliminado dos registros em junho de 1976 por "falta de vontade de cooperação".

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