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OMS: "Acúmulo de índices" sobre relação entre zika e microcefalia

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o vírus é considerado culpado até que seja provada sua inocência

Agência France-Presse
postado em 19/02/2016 16:59

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou nesta sexta-feira que deve demorar meses até que se possa dizer com certeza que o vírus da zika provoca microcefalias em recém-nascidos, mas que as provas estão se acumulando.

"Temos hoje um acúmulo crescente de índices em favor desta relação", disse à imprensa Bruce Aylward, diretor-geral adjunto da OMS.

O vírus da zika, transmitido pelo mosquito tigre, é suspeito de provocar graves problemas neurológicos tais como a microcefalia (redução do perímetro craniano, prejudicial ao desenvolvimento intelectual) em recém-nascidos e a síndrome de Guillain-Barré, doença neurológica que pode levar a uma paralisia irreversível ou até a morte.

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Enquanto não há essa certeza, "o vírus é considerado como culpado até que sua inocência seja provada", disse o número dois da OMS.

O mosquito já transmitiu zika em pelo menos 36 países, dos quais 28 na América do Norte e do Sul, e Aylward informou que o vírus estava se propagando para seis outros países, sem dar mais detalhes.

Pedro Alonso, responsável pelo programa mundial de febre amarela na OMS, disse à imprensa que a agência planeja reunir em meados de março os principais especialistas do mundo no controle do vetor, com o intuito de determinar se uma série de novos métodos radicais poderiam ser usador de modo seguro e eficiente.

Tais métodos incluem colocar em liberdade mosquitos transgênicos ou grandes quantidades de mosquitos machos esterilizados para frear a reprodução.

Também é considerada a possibilidade de colocar em liberdade mosquitos transmissores com a bactéria Wolbachia, que anula a capacidade de transmitir doenças.

Os participantes desta reunião poderão "avaliar se cabe acelerar (o desenvolvimento de) uma ou várias destas novas estratégias", continuou Alonso.

Contudo, métodos mais tradicionais "podem ter um grande impacto". "Não estamos esperando nenhuma fórmula mágica", garantiu.

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