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Acordo de paz na Colômbia pode exigir mais tempo, diz ONU

O governo de Juan Manuel Santos e as Farc estabeleceram 23 de março como data-limite para selar um acordo definitivo de paz

Agência France-Presse
postado em 24/02/2016 18:57

O acordo de paz na Colômbia pode exigir "mais tempo" do que os dias que restam até 23 de março - disse o representante local da ONU, Fabrizio Hochschild, que espera que o pacto com as Farc seja firmado "na primeira metade deste ano".

"Tomara que haja declarações em 23 de março que mostrem que (...) os negociadores seguem em um ritmo intenso produzindo acordos", afirmou Hochschild, em entrevista à AFP.

"Mas acho que é possível que, para chegar ao acordo final, com todos os detalhes resolvidos, sobre todos os pontos, incluindo o ponto de implementação, talvez se vá precisar de um pouco mais de tempo", acrescentou.

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O governo de Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estabeleceram 23 de março como data-limite para selar um acordo definitivo de paz. O acordo está sendo negociado desde novembro de 2012 com mediação de Havana para acabar com mais de meio século de conflito armado.

Principal e mais antiga guerrilha do país, as Farc surgiram em 1964 de uma revolta camponesa, com cerca de 7.000 combatentes, segundo números oficiais.

"A expectativa de muitos é que se chegue à assinatura talvez na primeira metade deste ano", afirmou o coordenador residente e humanitário da ONU na Colômbia.

Em 6 de março, ele deixa o país depois de três anos para ocupar um novo cargo em Nova York. Lá, vai preparar a cúpula sobre os refugiados prevista para acontecer em setembro.

"Pôr datas precisas é uma faca de dois gumes", comentou este funcionário anglo-chileno.

Por um lado - afirmou -, "ajuda a assegurar que a negociação avança" e, por outro, "os pontos pendentes são de uma complexidade enorme".

Reta final

Até agora, o governo e as Farc chegaram a consensos parciais em quatro dos seis pontos da agenda: desenvolvimento agrário, solução para o problema das drogas ilícitas, participação política dos rebeldes e indenização e justiça para as vítimas.

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