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Redes criminosas transfronteiriças avançam no sudeste asiático, diz ONU

De acordo com um relatório dsa Nações Unidas, tráficos de qualquer tipo têm efeito desestabilizador para os países e sua economia

Agência France-Presse
postado em 25/02/2016 14:42

A melhor integração econômica no sudeste da Ásia facilitou o desenvolvimento de redes criminosas transfronteiriças melhor conectadas e mais ativas, que geram cada ano mais de 100 bilhões de dólares, revelou nesta quinta-feira (25/02) um relatório das Nações Unidas.

"Esses últimos anos, os fluxos criminais transnacionais progrediram rapidamente na região", escreve no relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês).

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Entre esses fluxos estariam o de seres humanos, o narcotráfico, as falsificações e o tráfico de madeira e animais, entre outros.

"Agora é importante que os responsáveis políticos relacionem as questões da integração econômica com a segurança", estima Jeremy Douglas, representante regional do UNODC.

Segundo o relatório, tráficos de qualquer tipo geram receitas maiores do que o PIB de Laos, Myanmar e Camboja juntos. E, além disso, têm "um efeito desestabilizador" para os países e para a sua economia, ao mesmo tempo em que representam uma fonte endêmica de corrupção.

Em relação ao narcotráfico, muito desenvolvido na região, a redução dos controles fronteiriços e a melhora das infraestruturas ofereceram novas oportunidades aos traficantes, estima a ONU.

"Essa região é verdadeiramente única", ressalta a AFP Jeremy Douglas, reunindo Cingapura, um dos países mais ricos do mundo, e países mais pobres, como Laos e Myanmar.

O representante da UNODC explica que os intercâmbios comerciais "progridem entre 10% e 20% ao ano, mas [esses países] não dispõem de medidas de proteção", como controles alfandegários e um sistema policial.

"Se não começarem a fazer isso agora, isso vai gerar sérios problemas nos países mais pobres", acrescentou.

Em dezembro, dez países do sudeste da Ásia lançaram a esperada Comunidade Econômica da Asean (CEA), que busca chegar a um mercado único inspirado no modelo europeu.

A Asean representa um imenso mercado de quase 600 milhões de habitantes que agrupa países tão diversos como Brunei, Cingapura, Malásia, Indonésia, Tailândia, Filipinas, Vietnã, Myanmar, Laos e Camboja.

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