Dez afegãos do grupo extremista Estado Islâmico (EI) depuseram as armas no leste do Afeganistão e participaram do processo de reconciliação nacional, algo que não havia acontecido até agora, informaram nesta quinta-feira (25/02) as autoridades.
"Pela primeira vez, dez combatentes do Daesh [acrônimo em árabe do EI], entre eles dois comandantes, uniram-se ao processo de paz impulsionado pelo governo", disse o governo da província de Nangarhar em um comunicado.
Nos últimos meses, o Estado Islâmico intensificou sua ofensiva no Afeganistão e no Paquistão.
Os extremistas conseguiram inclusive expulsar os talibãs de alguns de seus redutos em Nangarhar, na fronteira com o Paquistão, mas também têm que fazer frente ao acosso do exército afegão e aos ataques de drones americanos.
Segundo Malik Nazir, chefe do conselho provincial pela paz, os dez homens atuavam no no distrito de Shinwar, situado entre Jalalabad, a capital da província, e a fronteira com o Paquistão.
"Vamos garantir sua segurança e vamos propor-lhes trabalho. Também impediremos que voltem a combater", disse o vice-governador provincial Mohamad Hanif Girdiwal.
Em uma cerimônia organizada pelas autoridades, Zeitun, um dos dez combatentes, disse estar "contente" de unir-se ao processo de paz e explicou que estava há nove meses lutando com os extremistas.
Os combatentes do EI no Afeganistão frequentemente são antigos talibãs ou insurgentes provenientes de países vizinhos.