Mundo

Ex-presidente argentina é intimada a depor sobre operação do BC

O foco das suspeitas são operações de vendas de divisas a futuro feitas no Banco Central

Agência France-Presse
postado em 26/02/2016 19:49

Um juiz intimou a ex-presidente argentina Cristina Kirchner (2007-2015) a depor sobre um caso de suspeita de fraude em operações de venda de dólares no mercado futuro do Banco Central, informou nesta sexta-feira uma fonte judicial.

O juiz federal Claudio Bonadío intimou a ex-presidente, o ex-ministro da economia Axel Kicillof e o ex-presidente do Banco Central Alejandro Vanolli, entre outros ex-funcionários por envolvimento em operações polêmicas concretizadas nos últimos meses do governo Kirchner.

Kirchner deverá comparecer no dia 13 de abril para responder as perguntas do juiz.

Leia mais notícias em Mundo

O foco das suspeitas são operações de vendas de divisas a futuro feitas no Banco Central a preços que tentavam desestimular as expectativas de desvalorização na época na campanha das eleições presidenciais.

Após a derrota do oficialismo, houve uma desvalorização de 30% nas primeiras semanas do governo de centro-direita de Mauricio Macri, que assumiu em 10 de dezembro.

Como consequência dessas operações, o Banco Central teve que desembolsar uma maior quantidade de pesos em comparação à cifra pactada originalmente, o que provocou um prejuízo que a justiça estimou em aproximadamente 7,5 bilhões de pesos.

Em novembro passado, a polícia da cidade de Buenos Aires, que na época tinha Macri como prefeito, realizou uma ação na sede do Banco Central pela denúncia feita por legisladores de sua força Cambiemos.

O então titular do BCRA, Vanoli, negou as acusações, considerando que só buscavam "ganhos eleitorais" em meio à campanha.

"A operação com futuros (habitual do Banco Central) tem como objetivo dar certezas e evitar a volatilidade em matéria cambial", explicou Vanoli.

O ex-presidente do Banco Central se apresentará ao juiz Bonadío -acusado de hostilidade pelo kirchnerismo- no dia 7 de abril e no dia 12 será a vez de Kicillof.

O governo de Kirchner denunciou Bonadío ao Conselho de Magistratura, organismo que controla a conduta dos juízes.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação