Mundo

ONU: milhares de pessoas devem morrer de fome em zonas sitiadas da Síria

Alto comissário diz que aproveitará cessar-fogo para reforçar suas operações humanitárias e ajudar nos próximos cinco dias mais de 150 mil pessoas

Agência France-Presse
postado em 29/02/2016 10:00
Genebra, Suíça - A fome pode provocar milhares de mortes nas zonas sitiadas da Síria, onde mais de 450 mil pessoas vivem bloqueadas, indicou nesta segunda-feira o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos. "Os alimentos, os medicamentos e outros produtos de ajuda humanitária de urgência são bloqueados de forma reiterada. Milhares de pessoas podem morrer de fome", advertiu Zeid Ra;ad Al-Hussein durante a abertura da 31; sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.

Milhares de famílias vagam por ruas desertas, bloqueadas por extremistas ou pelo governo: luta por sobrevivência

[SAIBAMAIS]"A privação deliberada de alimentos está claramente proibida como arma de guerra. Por extensão, o cerco de localidades também está", declarou o Alto Comissário. A ONU anunciou que aproveitará a suspensão das hostilidades, em vigor na Síria desde sábado, para reforçar suas operações humanitárias e ajudar nos próximos cinco dias mais de 150 mil pessoas que vivem em localidades cercadas por algum dos grupos em conflito.



O organismo internacional também espera luz verde das partes para "ajudar 1,7 milhão de pessoas que estão em zonas de difícil acesso", declarou no domingo o coordenador de Assuntos Humanitários da ONU na Síria, Yacub el Hill.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) exigiu nesta segunda-feira, por sua vez, acesso às zonas sitiadas com o objetivo de enviar ajuda médica. "No entanto, muitas demandas não são aprovadas pelas autoridades sírias", lamentou Elizabeth Hoff, representante da OMS na Síria. O conflito sírio deixou em cinco anos mais de 270.000 mortos e milhares de deslocados e refugiados.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação