Os testes de virgindade aos quais as mulheres afegãs são submetidas por médicos enviados pelo governo são uma violência sexual, denunciou nesta terça-feira (1/03) a organização Human Rights Watch (HRW).
A condição das mulheres afegãs melhorou desde a queda dos talibãs em 2001, mas a sociedade continua sendo profundamente conservadora e a virgindade feminina segue sendo um valor primordial, disse a HRW.
A lei afegã permite condenar uma mulher a uma pena de "até 15 anos de prisão caso for comprovado que ela manteve relações sexuais antes do casamento".
A Comissão de Direitos Humanos afegã, independente do governo, reuniu-se com 53 mulheres afegãs, oriundas de 12 províncias diferentes e 48 delas afirmaram que foram submetidas a testes de virgindade após terem sido acusadas de relações sexuais antes do casamento.
Os exames foram "realizados por médicos que trabalhavam para o governo", afirma a HRW, citando este estudo.
"Uma mulher contou que seis pessoas estavam presentes na sala no momento do exame", lamentou a ONG norte-americana de direitos humanos.
Estes testes de virgindade são violências sexuais porque são realizados sem o consentimento das mulheres, afirma a ONG, que convidou o presidente afegão Ashraf Ghani a abolir a norma que autoriza a prática.