postado em 06/03/2016 08:00
Há quase três meses no poder, o presidente argentino, Mauricio Macri, tenta colocar ;ordem na casa; e se afastar o máximo possível do estilo da antecessora, Cristina Fernández de Kirchner. Desde 10 de dezembro, quando assumiu a Casa Rosada, o empresário mudou o rumo das políticas internas e externas. Como parte de um plano para reduzir 7% do deficit público acumulado pelo país, o novo governo aprovou cortes em subsídios energéticos que fizeram a conta de luz aumentar em até 600%. Macri também aprovou a demissão em massa de funcionários públicos que ;inchavam; o Estado; o reajuste no preço do gás, que pode chegar a 300%; e um protocolo de atuação das forças de segurança, para limitar e organizar manifestações populares, no momento em que protestos começam a ganhar força.
No fim de fevereiro, o governo enfrentou a primeira greve nacional do mandato ; uma paralisação de 24 horas de empresas públicas contra o corte de servidores. O presidente garantiu que as demissões eram necessárias e lembrou que, ao assumir o governo, ele encontrou ;um Estado prejudicado pelo clientelismo, pelo desperdício e pela corrupção, que se pôs a serviço da militância política;. Entre 2003 e 2015, anos de gestão Kirchner, houve crescimento de 64% do emprego público, afirmou Macri durante discurso de abertura do ano legislativo, no Congresso argentino.
Ao tecer duras críticas ao governo passado, ele declarou que o objetivo da última gestão era ;camuflar o desemprego com o emprego público;. Macri acusou Cristina Kirchner de ter deixado o Estado ;desordenado e mal administrado; e chamou a atenção para o desafio representado pela recuperação da estrutura econômica e financeira do país.
;Como sempre ocorre após períodos de grande desaceleração, o momento é de trabalho para recuperar o país. Grandes mudanças são comuns após uma troca de governo. Este é um período difícil e vai afetar a relação com alguns segmentos, como já é visto, mas há reformas que são necessárias para o país seguir em frente;, avalia o embaixador José Botafogo Gonçalves, vice-presidente emérito do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), que representou o Brasil na Argentina entre 2002 e 2004.
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