Rodrigo Craveiro
postado em 18/03/2016 07:43
Rojava-Norte da Síria. Depois de expulsar jihadistas do Estado Islâmico (EI), os curdos da região próxima à fronteira da Síria se reuniram na cidade de Rmeilane, aprovaram um sistema democrático federal e anunciaram um comunicado com 10 pontos que vão nortear o novo status de autonomia. A iniciativa do Partido da União Democrática Curda Síria (PYD) ; a maior facção política curda no país ; foi recebida com protestos por parte do regime de Bashar Al-Assad e pela oposição.
[SAIBAMAIS]Por meio da agência de notícias estatal síria Sana, a chancelaria em Damasco ;alertou qualquer um com a intenção de minar a unidade territorial e do povo sírio sob qualquer slogan, incluindo aqueles reunidos em Rmeilane;. ;Qualquer anúncio neste sentido não tem valor legal e não terá impacto jurídico, político, social ou econômico, pois não leva em conta a vontade de todo o povo sírio em todas as suas tendências políticas;, comentou. Em nota divulgada à agência France-Presse (AFP), a coalizão opositora condenou ;qualquer tentativa de formar entidades, regiões ou autoridades que confisquem a vontade do povo sírio;.
A decisão do PYD coincide com as tratativas entre representantes de Damasco e da oposição, sob mediação das Nações Unidas, em Genebra, para tentar avançar em um acordo de paz. Ao mesmo tempo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu ontem que poderia enviar suas tropas para a Síria ;dentro de poucas horas;, três dias depois de anunciar o fim da missão militar. ;Se requisitada, a Rússia estará pronta em poucas horas para aumentar as forças na região em tamanho adequado para lidar com a situação e utilizar o nosso completo arsenal de opções;, declarou, durante cerimônia no Kremlin. ;Não queremos isso. A escalada militar não é a nossa rota preferida, e esperamos que todos os lados mostrem senso comum, e tanto as autoridades quanto a oposição aceitem o processo de paz.;
Com o federalismo anunciado em Rmeilane, os três ;cantões; curdos ; Afrin, Kobane e Jaziré ; se unificam com zonas recém-conquistadas pelas forças curdas no norte da Síria e tendem à autodeterminação. Em entrevista ao Correio, Abdulsalam Mustafa, represente do PYD na Europa, acusou o regime baathista de Assad e a oposição de partilharem da mesma ;mentalidade excludente;. ;É uma mentalidade que nega a existência de outras. Nós, com outros grupos e etnias dentro da Síria, concordamos em decidir o nosso próprio destino e em escolher um sistema político adequado. Um Estado descentralizado é a melhor solução para o futuro da Síria;, afirmou.
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