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Secretario dos EUA vai a Moscou para discutir paz na Síria

A dez meses do final do mandato do presidente Barack Obama, o chefe da diplomacia americana será recebido por Putin na quinta-feira

Agência France-Presse
postado em 22/03/2016 19:30

Washington, Estados Unidos - O secretário americano de Estado, John Kerry, viajou na noite desta terça-feira a Moscou para se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, visando consolidar a trégua na Síria após a retirada parcial do Exército russo do país.

[SAIBAMAIS]A dez meses do final do mandato do presidente Barack Obama, o chefe da diplomacia americana será recebido por Putin na quinta-feira (24/3), em mais uma demonstração de que Moscou é um elemento-chave para resolver a crise na Síria.

Para o especialista Joerg Forbrig, do centro de investigação transatlântico alemão German Marshall Fund of the United States, a viagem de Kerry a Moscou - a segunda em alguns meses - é similar a que fez à estação turística russa de Sochi em 2015 para garantir o acordo entre as grandes potências e o Irã envolvendo o polêmico programa nuclear de Teerã.

Kerry, conhecido por seu otimismo, "vai a Moscou para ver se pode manter o impulso positivo do momento, e inclusive ir mais além...", declarou Forbrig à AFP.


Cinco anos após a explosão do conflito sírio e seis meses depois da intervenção da Força Aérea da Rússia, o Kremlin anunciou, na semana passada, que o trabalho de suas forças armadas na Síria havia sido globalmente "cumprido", e ordenou a retirada da maior parte do contingente russo.

Para os observadores, o chefe de Estado russo conseguiu recolocar seu país em uma posição de poder na mesa de negociações visando uma solução para a Síria, e também está em uma situação forte no caso da Ucrânia, onde falta uma verdadeira solução política entre Kiev e os separatistas pró-Rússia.

Steven Pifer, ex-embaixador americano na Ucrânia e ex-funcionário da Casa Branca, acredita que a Rússia apoiará o plano de paz e a solução política cujas bases foram delineadas em Genebra, em 2012, antes das reuniões internacionais em 2014 na Suíça, no final de 2015 e este ano em Viena, Nova York e Munique.

"Os russos têm interesse no sucesso destas negociações", disse à AFP Pifer, da Brookings Institution.

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