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Brasileiros relatam momentos de desespero durante ataques em Bruxelas

Ex-atleta ficou ferido em explosão e sofreu cirurgias. Brasiliense relata buscas da polícia na região onde mora. Goiana contou ter visto ataque em Maelbeek

postado em 23/03/2016 06:00

Multidão reunida diante de memorial improvisado na Place de la Bourse, na capital belga: Itamaraty não confirma brasileiros entre as vítimas


Brasileiros que moram em Bruxelas relataram a tensão sentida na cidade depois dos atentados. De acordo com o Itamaraty, não houve procura por ajuda consular até a noite de ontem e não há informações sobre a existência de brasileiros entre os feridos. O ex-jogador de basquete Sebastien Bellin, um belga-brasileiro de 37 anos, estava no Aeroporto Internacional de Zaventem no momento das explosões e teve ferimentos nas pernas. O ex-atleta nasceu em São Paulo, mas passou a maior parte da vida no exterior. Funcionários do consulado tentaram contato com a família de Bellin. Por meio do Twitter, o BC Telenet Oostende ; equipe que ele defendeu entre 2006 e 2009 ; disse que o ex-atleta foi arremessado por 20 metros pela força da explosão. Ele passou por cirurgias na perna e no quadril.

Próximo à estação de metrô de Maelbeek, a cerca de 10 minutos de carro do aeroporto, outra explosão deixou ao menos 20 mortos. O brasiliense Bruno Silva Resende, 31 anos, estava em casa no momento do ataque e contou ter visto dezenas de policiais nas ruas, fazendo varreduras em busca de explosivos. ;O perímetro está cercado, os transportes públicos foram cortados e está tudo fechado;, resumiu, contando ter saído de casa ;apenas para comprar pão na esquina;. ;A cidade estava em alerta; não se sabia quando um ataque ocorreria, mas a tensão já existia;, afirmou ao Correio, por telefone, o cantor lírico que há cinco anos trabalha em Bruxelas.

A goiana Gelcirene Vieira, 30, disse ter visto de perto a explosão no metrô. ;Quando explodiu, eu tinha acabado de sair do trem;, contou, em conversa por uma rede social. Há dois anos na capital belga, onde trabalha com faxina, ela contou que, após os atentados de Paris, em novembro do ano passado, o policiamento foi reforçado, especialmente no bairro de Forrest, onde mora com o marido. Foi nessa região que o ;homem mais procurado da Europa;, Salah Abeslam, foi capturado na semana passada, em uma operação que matou o argelino Mohamed Belkaid, 35, suspeito de ser cúmplice nos atentados. ;Foi um horror, quem estava dentro de casa não saía e quem estava fora não entrava;, lembrou ela.

A jornalista Samla de Rosa também estava na estação, dentro de um vagão que saía de Maelbeek. Em relato publicado nas redes sociais, ela lembrou o desespero causado pelo ataque. ;Alguns gritaram, em pânico: ;É um atentado terrorista;. Eu e as pessoas sentadas à minha frente nos deitamos no chão e nos abraçamos. Tínhamos medo de outra explosão e estávamos certos de que morreríamos;, escreveu.

Turismo
Funcionária de uma empresa de turismo especializada na recepção a brasileiros, Susy Kelly, 28, mora há 13 anos na Bélgica. Ela contou que, com o bloqueio dos meios de transporte, o fechamento por tempo indeterminado do Aeroporto de Zaventem e o alerta máximo de segurança, muitos turistas cancelaram as viagens. ;Um grupo de cinco clientes estava no trem, a caminho de Bruxelas, quando ocorreram os atentados e eles foram forçados a descer em Lille, na fronteira da França com a Bélgica, onde o trem parou;, contou, por telefone. ;Estavam em pânico, tive que buscá-los de carro e o hotel que reservaram em Bruxelas orientou que seguissem para outra cidade;, acrescentou.

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